Opinión

Os bomberis portugueses, heróis nacionais

Embora seja se calhar muito pouco o tempo que ultrapassou a fatídica data do 18 de Junho em Portugal, é preciso voltar ao tema da grandíssima tragédia acontecida a todo o povo luso. Espantoso para os, por enquanto, 64 mortos, e inesquecível para os homens e mulheres destas terras por tantas vezes maltratada.

Em todos estes dias de sarilhos intermináveis, o povo português foi capaz de dar uma qualificação óptima. O povo e esse corpo único no mundo que são os “Bombeiros Voluntários”, uma instituição capaz de dar as suas vidas de forma gratuita em permanente risco. Chamados para tudo e sempre ficando ao dispor da cidadania. Mais de mil estiveram no incêndio morrendo um deles. Do serviço de bombeiros de Madrid chegaram 32 homens e nove veículos. 

Ainda, como dizia o presidente Marcelo sempre presente na zona estes dias, o centro das atenções é a ajuda às vítimas e atenção ao fogo. Muito bem compreende o povo português o conselho e está a permanecer unido com os grandes sentimentos do seu país, ao olhar para os 30.000 hectares queimados, casas, pessoas, famílias inteiras... O  líder da oposição, o antigo primeiro ministro conservador Pedro Passos Coelho, assegurou que prefere pospor a exigência de responsabilidades até que seja superada a tragédia

Porém já estão a sair críticas, comentários e se calhar aliás uma luta soterrada para nada útil para o país. Com certeza o nível de crispação é muito grande e por isso qualquer fósforo é bom para continuar o fogo, um fogo diferente mas no fim fogo igualmente. É por isso que o debate florestal em Portugal vai chegar muito rápido. Já existe um estudo da presença de eucaliptos na floresta portuguesa. E já no Parlamento português se trata o problema das florestas e nomeadamente a lei do eucalipto que, a ser aprovada, a partir do ano de 2030 fecharia a sua plantação em Portugal. As suas folhas são muito inflamáveis.

Os comentários na imprensa já estão a sair enquanto em noites pavorosas as chamas continuam. É difícil evitar estas tragédias mas pelo menos devem ser previstos os graves riscos.

Em primeiro lugar só pertence ao Estado 2% da floresta nacional. O demais é privado. É por todo isso que acontece um problema fundamental que nos os galegos bem compreendemos. O campo fica sem limpar e muitos hectares não figuram em nome de ninguém, nem se estão a cumprir as mínimas normas. A gente foge dos povos que ficam sozinhos. Além disso, Portugal precisa de uma boa ordenação que não tem e assim é difícil uma boa solução. Não há uma rápida resposta a uma situação grave mas que surge com certa periodicidade.

Claramente nenhuma politica florestal eliminará estas tragédias cobertas por mais de 2.200 efetivos ajudados por seis aviões, 200 brigadistas e dezenas de bombeiros à espera da prometida ajuda de França e de Itália 

Tanto o primeiro ministro como o presidente da República, reconhecem que será preciso investigar os erros. Os portugueses estão a  mostrar a  sua solidariedade e a comunidade europeia fica muito perto do povo luso 

Figuras públicas fizeram doações económicas, entre eles o ex-treinador do F.C.Porto, André Villas-Boas, que doou 100.000 euros. O ganhador Eurovisivo, Salvador Sobral  também os benefícios da venda de seu disco neste fim de semana a Fundaçao Khan destinou 500.000 euros  e a Gulbenkian, criou um fundo inicial de 500.000 euros, O Santuário de Fátima deu um primeiro donativo de 50.000euros a espera de oferecer mais. E organizações de todo tipo como o Sporting de Lisboa estão a recolher roupa, água e alimentos que estão a chegar em grandes quantidades ao lugar da tragédia. Há um número telefónico (00351 760 100 100) ao que chamando se carregam 50 cêntimos. Muitos jovens estão a chamar.

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