CEN ANOS DE NÓS

As ideias lingüísticas na revista NÓS (II)

Exemplares da revista Nós (XESÚS FARIÑAS).
photo_camera Exemplares da revista Nós (XESÚS FARIÑAS).

Alinha divisória entre a primeira e segunda etapa parece clara, nesta (1925-1929) som maioritários os trabalhos de Geografia, Pre-história e Arqueologia; porém, achamos contributos dedicados à “questom da língua”. Couceiro Freixomil (N.º 24 e N.º 25) trata a questom ortográfica, propom fixar a ortografia do galego. A filóloga alemá Margot Sponer (N.º 37) conclui: o galego aparece  como umha língua em luita com o espanhol; observa indícios da perda da confiança intrínseca na própria língua, que leva ao “auto-ódio”; regista a intensa “contaminaçom” do galego polo castelhano e  declara que as verdadeiras formas galegas nom som outras que as portuguesas. 

Vilar Ponte (N.º 38 e N.º 50) considera que a língua galega é o supremo testemunho de consubstancializaçom de umha raça e umha terra, menciona Herder (1744-1803) e assevera que “para intensificarmos o amor â terra, percisábase engadir o conocimento ô sentimento”, e umha vez elevada a língua nacional, chegará a ser língua de cultura; julga absurdo a sua ausência dos âmbitos jurídico, eclesiástico e  escolar.

Aflora o conflito sobre as normas ortográficas e a correcçom do idioma. Som evidentes os desejos de elaborar umha língua internacional e de cultura, e prestigiá-la, rejeitando o “enxebrismo” e o “ruralismo”. Aparecem denúncias respeito ao processo de substituiçom do galego polo espanhol (qualificado por Vilar Ponte como “colonizaçom castelhana”). Abundam trabalhos sobre a “questom da ortografia” e a “escrita etimológica”. Florentino Cuevillas usa “g +e,i” e “j+u”: “arqueologia”, “juizo”, “región”, “origen”, “cronológico”, etc. A prática da escrita etimológica acrescenta-se; entre outros autores que a defendem estám: Evaristo Correa Calderón (N.º 41), Vicente Risco (N.º 67; N.º 70), ou Bouza Brey (N.º 70). 

A linha divisória entre a segunda e a terceira etapa (1930-1935) nom está tam clara: predomina o discurso político nacionalista e a necessidade de um acordo ortográfico luso-galaico. Emergem os novos momentos de liberdade no discurso de Valentín Paz Andrade (N.º 80): “¡Primeiro Día de Galicia, que celebramos tras da Dictadura”; em Arturo Noguerol (N.º 81) ‘Notas políticas’ ou em J. Canedo (N.º 84) ‘A lingüística e o nazonalismo’. Esclarecedor é o trabalho de Carvalho (N.º 131-132) e a sua análise do comportamento da geraçom, assi como a censura da conduta dos seus integrantes: “Anque unha das creacións mais importantes de ista xeneración é o nacionalismo galego, non todos os seus homes son nacionalistas”.

Reiteram o discurso historicista-nacionalista da primeira etapa. Para Lousada Diéguez (N.º 73) a língua constitui um instrumento para a açom política. Os ecos de Herder e Wilhelm Humboldt (1767-1835) aparecem em  J. Canedo (N.º 84): “Eisiste pois un vencello antr’o idioma d’un pobo e a nación qu’o fala, com’indicaba certo autor”. 

O conflito lingüístico galego/espanhol está em Álvaro das Casas (N.º 107): “Hai moitos estúpidos que pregoan que na nosa Terra non hai problema de idiomas; din que eiqui todos sabemos o castelán e que a custión da língua non ten importancia”. Risco (N.º 79, N.º 109, N.º 115) volta a repetir as suas afirmaçons dos anos vinte para pôr de relevo a importância que tem Portugal para os galegos: “Portugal é a Galiza ceibe e criadora, que levou pol-o mundo adiante a nosa fala e o noso esprito, e inzou de nomes galegos o mapa do mundo”; conhece as teses do filólogo português Rodrigues Lapa (1897–1989). Outro defensor será Pedret Casado (N.º 119), resenha que com Portugal os galegos estamos unidos por semelhança de caráter e de idioma, acrescenta que a problemática cultural e lingüística deve ser estudada do ponto de vista galego-português, o único aceitável cientificamente 

O conflito sobre a ortografia reabre-se de novo a partir de 1933. A discussom devia ser notável, no ano 1935, momento em que Vilar Ponte publica  o seu artigo sobre a unificaçom do idioma. A redaçom de NÓS salienta a ideia de que nom som normas rígidas, deixam umha grande liberdade.

NÓS fecha-se com um trabalho de Vilar Ponte (N.º 139-44), menciona a situaçom noutras línguas como o catalám: “A lingua galega, que xa avantou moito no vieiro da sua unificación, se mostrará unificada relativamente cando chegue a sua hora […] Hai que dare tempo ao tempo e agardar a que percorra o seu camiño”. 

A guerra e a ditadura franquista interrompem este debate, latente e re-iniciado depois da morte do ditador, intensificado desde 1975 e nas décadas de 1980, 1990, 2000, prossegue neste ano 2020.

Te puede interesar