Opinión

DEVOLVER MAL POR BEM

Entre os anos de 1894 e 1897, com uma superfície de uns 4.000 metros quadrados, foi construido, todo de pedra, o emblemático edifício Simeón, uma verdadeira jóia arquitectónica da nossa cidade. Depois de restaurado, baixo a direcçom do arquitecto ourensano Xavier Suances, foi inaugurado como Centro Cultural da nossa Deputaçom no ano 2000. O edifício foi salvado e restaurado graças às boas gestiões de José Luis Baltar e o apoio desde o governo galego do conselheiro desaparecido Pepe Cuinha. Numa das poucas vezes que a Junta realizou algo positivo de recuperaçom monumental na nossa cidade. Num primeiro momento eu nom gostei muito do reparto dos espaços do edifício para as diferentes manifestações culturais. Hoje sigo pensando que a biblioteca nom deveria estar no faiado, pois isso nom favorece a visita à mesma dos investigadores, e os livros devem estar em baixos e primeiros andares. Porque, ademais, som precisamente as bibliotecas as que dam vida aos centros culturais, que é a onde acude mais gente, para ler e consultar. E aquí temos excelentes bibliotecas, e outras que no futuro temos que recuperar. Pensando nos artistas plásticos, pois, em palavras acertadas de Risco, Ourense foi e é a “cidade dos artistinhas”, cedeu-se-lhes a parte mais nobre do edifício. Para expor nela as suas obras pictóricas, escultóricas e fotográficas. E pola que já passaram infinidade de artistas, galegos, espanhois e extrangeiros. Em competência com as salas privadas que há na cidade e as de outras instituições. A Deputaçom nom regateou esforço e, com dinheiro público, editou os catálogos dos artistas expositores, algúns de ediçom bem bela e de notória qualidade. Promocionando a cada um dos artistas e divulgando a sua arte. Polo que eu considero os artistas que no relacionamento com a nossa Deputaçom foram os mais priveligiados, comparando-os com outros trabalhadores da cultura em outros campos e facetas.

Por todo isto nom entendo bem, e certamente estou molesto, a actuaçom dum grupo de artistas plásticos amparados baixo uma associaçom denominada Vegap. Entre os que estam Patinho, Lamazares, Menchu Lamas, Nóvoa, Cervinho e Virxílio. Os que, em 2008, denunciaram à Deputaçom e esta, muito recentemente, teve que destruir os catálogos que editara destes artistas dos que aínda havia existências. Inexplicável, pero certo, e a mim isto lémbra-me o filme de Truffaut Farenheit 451. E retirar da web oficial qualquer imagem criada por estes artistas, na que o que se estava a fazer era divulgar e promover a obra dos mesmos. A maiores, por sentença judicial, a nossa Deputaçom tem que indemnizar a estes artistas com um montante aproximado de 12.500 euros, dinheiro público de todos nós. Como sabemos, e confiamos plenamente na sempre excelente gestiom de Francisco González Bouzán, actual director do Centro Cultural, pensamos que a atitude deste grupo de artistas (e as suas manifestações públicas), som muito injustas para com uma Deputaçom que nunca buscou o interesse económico e sim a divulgaçom da nossa cultura. Neste caso a cultura visual e plástica. E o tema, desde o meu ponto de vista, é muito grave, pois, parece ser que quando estes (e outros) artistas pretendem expôr na Sala Nobre do Simeón, chegam a um acordo voluntário e directo com a direcçom do Centro Cultural, escolhem eles o fotógrafo e o crítico de arte para o Catálogo da exposiçom, do que gratuitamente se lhes entregam entre 50 e 100 exemplares. E aquí vem o mais curioso e indignante: em nenhum caso até o de agora, estes artistas ou os seus representantes, advertiram à Deputaçom de que, ademais dos custos estabelecidos por cada serviço (incluida a ediçom do catálogo) prestado pola Deputaçom, havia que sumar-lhe esses direitos que agora reclamaram por via judicial. A posteriori, e a touro passado, estes artistas reclamantes tem um comportamento com a instituiçom provincial nossa, verdadeiramente impresentável. O que, em romam paladino, todos entendemos como “Devolver mal por bem”. O que sentimos é que, no futuro, os nossos bons artistinhas, que sabem que a Deputaçom busca o bem da nossa cultura e a difusom das suas obras plásticas, tenham algum problema para expôr aquí, pagando justos por pecadores.

Te puede interesar