Opinión

FRACASO DA POLÍTICA LINGUÍSTICA GALEGA

Primeiro foi 'Vieiros', o diário galego que tinhamos na rede informática. Mais tarde desapareceu o semanário 'A Nosa Terra', do que eu no seu dia fum secretário do conselho da sua editora. Há poucos dias fechou o único diário sobre papel que se editava integramente na nossa língua, o 'Galicia Hoxe' (em bom galego deveria escrever-se 'Galiza Hoje'). Sobre o que o meu amigo Baltar, acertadamente, comentou o passado sábado dia 9, numa juntança celebrada no Irijo, que 'Galiza há pedir-nos algum dia explicações pola sua desapariçom'. Só fica vivo 'Novas da Galiza', de periodicidade mensal, que seria bom passa-se a te-la polo menos semanal.


Estas notícias tam negativas para o nosso idioma e o seu futuro em território espanhol (nom no da lusofonia), é o mais claro síntoma do profundo fracaso da política linguística galega iniciada no ano de 1982. Em cujo tempo de verão a RAG foi tomada polo ILGA, com nouturnidade, premeditaçom e alevosia, para impor uma normativa que nos afastava do senso comum, da filologia romanística e do espaço linguístico ao que pertence o nosso idioma. Decissom muito grave, na que houve algúns que sabiam bem o que faziam para perjudicar o futuro do idioma, como era o caso de Sabell ou de Constantino García, um asturiano que para nós fora melhor que ficara em Madrid e nom viera para a universidade compostelana. Onde aínda hoje tem algum que outro discípulo continuador da sua 'obra'. Decissom muito grave, porque foi tomada sem deixar para nada que houvesse um debate civilizado entre todos, até o dia de hoje! Decissom muito grave, porque os que discrepavamos naquela altura e nos manifestamos diante da RAG, fumos largamente silenciados, marginaliçados e mesmo perseguidos. E aínda nestes tempos se nos culpa por algum, de forma incompreensível, injusta e imoral, que os reintegracionistas somos os culpáveis do estado atual no que se encontra o idioma galego, com uma alarmante falta de utentes, especialmente entre a mocidade. E isto era o que nos faltava escoitar. Quando a nós nunca se nos permitiu intervir na política linguística do país, nem nunca tivemos a oportunidade de fazer propostas, de dar ideias nos foros correspondentes, de que se nos escoitara, sempre afastados à força de academias, institutos e conselhos culturais. Com um sectarismo indignante que aínda perdura nos tempos atuais. Para as nossas pessoas vivas, como Estraviz, Montero Santalha, Vilhar Trilho ou Gil. Ou já desaparecidas, que nom som homenageadas, como Carvalho Calero e Guerra da Cal.


Nom me explico que, os chamados 'oficialistas', depois do fracaso da sua política, nom apresentem algúns a sua demissom e continuem no poder, servíndo-se de prebendas de todo tipo. Entre os que sei que há algúns que no seu dia se sumaram ao carro sem a maldade dos que, quando desenharam a política a seguir, sabiam bem o que faziam. Promulgando um decreto, que Filgueira teve sem assinar por um tempo, impositivo e anti-democrático. Tanto que, como nunca passou em nenhum lado do mundo, foi emitido antes de existir a Lei. E que muitos nunca aceitamos porque sabiamos ao que nos levava. Sem aproveitar o feito de que Galiza é a comunidade autónoma espanhola mais rica em idiomas. Se houvessemos feito uma política linguística ajeitada, racional e positiva, sumando e multiplicando, e nom restando e dividindo, fazendo ver aos jovens estudantes a utilidade da nossa língua, que é internacional e oficial em países de todos os continentes do mundo. Sem perder de vista que tambem o castelhano deve aprender-se, porque tambem é muito útil. Como muito bem dizia Castelao no seu 'Sempre em Galiza' :'A minha maior ilussom é que todos os galegos saibam falar bem o galego e tambem o castelhano'. Claro que tambem os grupos nacionalistas, e eu bem o sei, têm bastante culpa, por nom saber utilizar estratégias adequadas no fomento do uso da nossa língua, mediante o convencimento, ignorando sempre que as pessoas têm uma psicologia. E nom abusando da imposiçom, estratégia totalmente equivocada e nada inteligente.

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