Opinión

UM MONUMENTO PARA DOM RICARDO

Omesmo dia no que se cumpria o centenário do nascimento do grande galeguista Dom Ricardo Carvalho Calero, nascido em Ferrol o 30 de outubro de 1910, a Fundaçom Meendinho, com o apoio doutras entidades e pessoas particulares, inaugurou um monumento com o seu busto em bronze na rua Joam Carlos I de Compostela, fronte à Alameda, e de espaldas à casa onde morou o polígrafo na rua Carreira do Conde. A escultura é obra do artista José Molares, ganhador do concurso público ao que se apresentaram no seu momento 18 escultores. A Associaçom Galega de Graniteiros e as empresas que formam o Clúster do Granito galego, doaram o pedestal no que se asentou o busto de Carvalho. No mesmo figuram diversos textos alusivos às datas de nascimento e morte do professor, às entidades que apoiaram à Fundaçom para poder levantar este monumento (universidades galegas, AGLP, AGAL, ASPGP e CIG), e umas palavras muito significativas do homenageado, nas que se diz : 'A fala da Galiza, o português de Portugal, o português do Brasil e o português dos distintos territórios lusófonos, formam um único diassistema lingüístico conhecido entre nós popularmente como galego e internacionalmente como português'.


O acto de descoberta, no que quem suscreve participou muito emocionado, foi apresentado pola professora Margarida Martíns, que o próximo ano, em serviços especiais, dará a sua docência num centro educativo do Brasil, na cidade de Sao Paulo. No mesmo foram intervindo sucessivamente Javier Garbayo, Manuel F. Iglesias e Pilar G. Negro, representando respeitivamente às universidades de Compostela, Vigo e Corunha. Assim mesmo Martinho M. Santalha da AGLP, que recitou um lindo poema dedicado a Carvalho, o que suscreve, como presidente da Associaçom Sócio-Pedagógica Galaico-Portuguesa, centrándo-se na faceta mais esquecida do grande filólogo, a de docente exemplar no colégio Fingoi de Lugo, seguindo os princípios pedagógico-didácticos de Freinet e da ILE de Giner e Cossio. Tambem Valentim Fagim pola AGAL, Guadalupe Rodríguez e Elvira Cienfuegos, representando ao concelho santiaguês, ea filha do literato Margarida Carvalho, que pronunciou umas sentidas palavras de agradecimento e de lembrança do seu pai, e, com um muito bom discurso, pola CIG, o seu representante, Ramiro Oubinha. Antes do encerramento do acto com o hino galego, cantado por todos os presentes, com música do grupo compostelano de gaitas da Gentalha do Pichel, pronunciou umas palavras, profundas e emotivas, o actual presidente da Fundaçom Meendinho, Alexandre Banhos Campo. Verdadeiro artífice, polo seu entusiasmo e dinamismo, de que felizmente, em tempo e forma, pudessemos colocar este monumento de homenagem e lembrança a quem bem o merece, polo seu amor professado ao largo de muitos anos à nossa língua e cultura.


Perto de trescentas pessoas chegadas desde Ortegal ao Minho, de todas as comarcas e cidades importantes da Nossa Terra, participaram o sábado 30 de outubro nesta linda homenagem a Carvalho Calero, onde todos estavamos emocionados porque, por fim, pudemos render-lhe o nosso tributo a Dom Ricardo, um galego bom, generoso e digno. Alí estavam, entre outros, Adela Figueroa Panisse, Emília Seoane, José Luis Rodríguez, Bernardo Penabade, Ramom Reimunde Norenha, Isaac Estraviz, José Mª Monterroso Devesa, António Gil, Joel Gomes, Concha Rousia, Ana Cabanas, Manuela Ribeira, Artur Alonso, J. M. Barbosa, outros muitos e muitas e as crianças Joana e Nuno de Tominho, que som o futuro certo da Galiza. Lamentar, sem embargo, ausências destacadas e incomprensíveis, de representantes da RAG (Carvalho fora acadêmico), do ILG, do Centro R. Piñeiro, do Conselho Galego da Cultura, das editoras galegas, da Mesa pola normalizaçom, de diversas fundaçoes, e das instituçoes públicas galegas de tipo político, agás a Deputaçom de Ourense, com o seu presidente José Luis Baltar à cabeça, que apoiou económicamente a criaçom do monumento. Lamentar assim mesmo que um grupo político tam desnorteado agora como o BNG nom lança-se a sua crítica prioritariamente a quem mais culpa tem no indigno despreço à figura de Carvalho como é a RAG, com o seu presidente Ferrín em primeira linha, e os seus colaboradores na mesma, e como som tambem as entidades da cultura oficial galega.

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