Opinión

40 ANOS DEDICADOS AO ENSINO

Por encontrar-me no grande complexo e centro educativo de Tagore em Santiniketon (Bengala-Índia), a onde venho desde 2001 todos os anos, por três meses, hoje nom posso participar, como seria o meu desejo, nos actos da despedida dos professores que nos jubilamos ou reformamos da Faculdade de Educaçom de Ourense. Estarei, isso sim, espiritualmente com todos os companheiros que conmigo deixamos de estar em activo, a partires do primeiro de outubro passado. Pensei muito em tomar a decissom que tomei, de solicitar a pre-jubilaçom, segundo o sistema vigente actualmente na Universidade de Vigo. O fez no último momento, ao nom ter a garantia de que dito sistema continuaria um ano mais. Ademais, a docência, com o novo modelo bolonhês, ocupáva-me muito tempo e impedia-me levar para a fronte projectos pendentes de publicações que tenho concretados. Especialmente as relacionadas com novas obras de Tagore e estudos sobre ele, que uma editora catalana vai acometer, sob a minha direcçom no ano 2011. Ano de Tagore, por cumprir-se os 150 anos do seu nascimento, com um amplo programa de actividades que vam ter lugar em todo o mundo. Em muitas das que tenho que participar como organizador, ponente ou conferencista.


Custou-me bastante tomar a decissom que tomei, pois sempre fum um namorado do trabalho docente com os alunos. Considéro-me um pedagogo com grande vocaçom. Disfruto muito ensinando aos estudantes, e, especialmente aos que vam ser docentes de infantil ou primária. No seu dia estudei a carreira de Pedagogia porque realmente era uma paixom para mim. A minha vocaçom nasceu conmigo, pois tivem a sorte (o destino, dim os indianos) de que minha mãe me trouxo ao mundo um mes de abril no mesmo local da escola da minha aldeia de Corna. Logo na Escola Normal, grandes professores entusiasmarom-me aínda mais por fazer-me pedagogo. Especialmente, este grande carinho dévo-lho à excelente pedagoga Carmen López Lucas, minha maravilhosa professora da Normal ourensana, que felizmente aínda vive e mora em Madrid. Dediquei, sem contar as minha múltiples actividades paralelas culturais e de renovaçom pedagógica, quarenta anos à docência. Um ano no ensino primário na escola número 5 de Marinhamansa em 1969, a primeira escola que tivem, e no colégio Virgem de Covadonga. Outro ano no ensino secundârio, no curso 1971-72, no Instituto que hoje leva o ilustre nome de 'Otero Pedraio'. Em setembro de 1972 Manuel Bermúdez ofereceu-me um posto de professor na Escola Normal, onde fora estudante. Aceitei de imediato, pois era o centro educativo que respondia aos meus interesses e ao perfil da minha licenciatura. No seu momento, exercim o cárrego de subdirector e pouco tempo tambem de director. Mas eu do que gosto é de ensinar, nom gosto nada de cárregos, e menos quando, como agora, estam muito politizados e partidizados.


Quando a Escola Normal se integrou na actual Faculdade de Educaçom no cámpus, passei a formar parte do claustro da mesma, com todos os companheiros que estavamos em activo na Normal. Neste momento, o que com mais carinho lembro é os muitos alunos e alunas que teve desde o ano 72. Passaram tantos polas minhas aulas, que, quando visito algum centro educativo, público ou concertado de Galiza, sempre me encontro com algum mestre que fora meu estudante. O que muito me enorgulhece, e nom esqueço nunca o seu rosto, por ter uma grande memória visual. Sempre tratei de ajudar aos meus estudantes e nunca teve problema algum com eles. Esta sempre foi a minha meta, tomada como um dever principal. Se alguma vez me equivoquei no tratamento a algum aluno, foi inconscientemente. Por isso quero aproveitar para pedir desculpas a aqueles que, sem pretende-lo, pudem perjudicar alguma vez. Em geral, guardo gratos recordos de todos os meus estudantes. Que foram milheiros, e conservo na minha biblioteca todas as fichas, com as suas fotos, dos mesmos. O importante na universidade som os estudantes, e por eles som feliz e estou satisfeito do meu labor realizado como professor durante 40 anos da minha vida. Menos satisfeito estou das relações humanas entre o pessoal docente. Tema do que, com algumas excepções, poucas gratas lembranças tenho. Opino que a Universidade actual está muito partidizada e nom responde à 'universitas' que tinha que ser. Seria muito feliz que isto mudasse e o relacionamento entre as pessoas fosse mais grato, respeituoso, solidário e nom sectário. Onde a autêntica amizade, a bondade e a generosidade, brilhassem por cima de tudo.

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