Opinión

A ALEGRIA DAS CRIANÇAS DE BENGALA

Das muitas cousas lindas que existem na Índia, e concretamente em terras de Bengala, uma delas é a alegria dos nenos e das nenas. Mesmo os que moram e dormem nas ruas da grande cidade de Kolkata, capital do estado, quando pola manhã acordam, têm um sorriso nos seus beizos. Ao melhor essa é a raçom pola que esta se denomina cidade da alegria. O que acontece tambem com os rapazes das tribus Santales. Muitos dos que vivem a diário entre todo tipo de animais e o seu alimento fundamental é o arroz. Que para indianos e indianas é como para nós o pam, e se consume a diário, polo menos uma vez ao dia. Este ano moro numa casa que está ao lado dum povoado santal, chamado Fuldanga, que significa lugar das flores e que, por todas as partes, há infinidade de todas as classes e cores variados.


Para ir a investigar sobre o labor educativo de Tagore, na biblioteca-museu-arquivo chamado Robindro-Bhavon, passo todos os dias polo meio do povoado. Disfruto muito olhando para as gentes, os seus trabalhos quotidianos, os curros das suas casas cheios de vida, a grande variedade de animais domésticos que cuidam e alimentam, os seus labores comunitários nos que se ajudam uns a outros, como dormem a sesta em cômodas hamacas, como se alimentam, como cozinham, como decoram as suas casas, que sempre estam limpas, como trabalham muito mais as mulheres que os homens, que som mais vagos e, algúns, consumem uma aguardente feita de arroz, e como brincam os muitíssimos rapazes que moram no povoado. Que estam sempre alegres e sorrindo, sabem jogar, inventam jogos e brincadeiras e sabem aproveitar o que a natureza lhes oferece. É tambem muito formoso olhar como, especialmente as mulheres e irmás maiores, cuidam aos bebés. Fazendo-lhes massagens aiurvédicas e levando-os no seu colo com muito carinho e amor. Entre os nenos mais pequenos já tenho muitos amigos. Especialmente uma nena de um ano chamada Mónica, que nom tem medo algum de vir ao meu colo, depois de que utilizara eu estratêgias lúdicas que de criança na Corna me ensinara a minha mãe Rosa.


Tenho pensado eu sobre a raçom pola que as crianças indianas som tam alegres. Muitas podem ser as causas de que isto aconteça. Uma, que as mães, embora nom saibam ler, aprenderam das suas próprias progenitoras as técnicas ancestrais de como cuidar as crianças, como fazer massagens desde que nascem, praticar ioga com elas, estar com elas falando, contando contos, jogando, fazendo brincadeiras tradicionais e sabé-las levar no colo e nos braços. Tambem a maioria dos pais tratam muito bem aos seus filhos e é muito normal que os levem no seu colo ou acarrancha-pernas arredor do pescoço. Como tantas vezes me levou a mim meu pai Juan, da Corna aos Arneiros ou ao Outeiro de Torcela. Em época das matas ou das festas patronais. Para mim aquí em Bengala resúlta-me um prazer ver como brincam os nenos, como inventam jogos e como se divertem, demonstrando uma alegria e uma felicidade que já me gostaria muito a mim ver nas nossas crianças da Galiza. Onde há excessiva naturria e os rapazes nom sabem disfrutar do muito que têm e dos numerosos brinquedos que se lhes compram. Porque o melhor jogo que há, e é insustituível, é jogar um com os seus nenos e filhos.


Naturalmente, na Índia tambem ajuda muito à alegria dos nenos o sol radiante, a natureza desbordante, o excelente clima, sobre tudo de outubro a março, e os muitos animais que existem, sempre do agrado das crianças, como todos sabemos. Outro dia falarei da minha experiência com rapazes das aulas ao ar livre, debaixo de ârvores centenârias, nas escolas criadas por Tagore. Crianças alegres e felizes, que é muito agradável estar com elas. Porque têm curiosidade e querem aprender.

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