Opinión

Aulas de Português na Galiza

Dos muitos feitos contra-senso que historicamente se têm dado na Galiza e, o que é muito mais grave, aínda hoje se dam, está o de nom ter extendido de forma normal em todos os centros de ensino galegos de ensino primário e secundário o ensino da língua portuguesa. Ensino que, por pôr um exemplo, está muito mais extendido e normalizado na Extremadura, o que nom deixa de ser paradoxal se fazemos uma comparaçom com a nossa Galiza. E nom só pola sua grande utilidade, pois todos os especialistas europeus em línguas compartem a ideia de que na Europa, depois de inglês e castelhano, o português é o terceiro idioma em importância. Antes que francês, alemam e o formoso italiano. Claro que hoje eu nom teria argumentos para este meu artigo, se em 1983 se houvesse adoitado uma norma etimológica para o galego, seguindo a proposta do galego Carvalho Calero e nom a foneticista do asturiano Constantino García, que falava muito mal o galego. Mas isso, infelizmente, já foi e agora é necessário recuperar o muito tempo perdido.


Há pouco tempo o presidente da Junta, Núnhez Feijóo, esteve com o embaixador de Portugal, Sr. Álvaro de Mendoça e Moura. Com bom critêrio, este propús ao mandatário galego que seria bem que quanto antes se estabeleceram aulas de português nos centros de ensino galegos. E nom foi necessário que lembrara aquele famoso e lindo discurso de Castelao nas Cortes Constituíntes republicanas dos anos trinta, no que de maneira lúcida sinalou que era a Galiza, polo seu idioma galego-português, a comunidade que tinha a chave da porta para entrar em Portugal. Qué acertado seria que o presidente natural de Os Peares, comunicasse a orde imediata ao seu conselheiro de Ribadávia, para estabelecer já o desenho da extensom do português nos centros de ensino da Nossa Terra. E nom só nos que já existe, por haver uma ampla comunidade de portugueses, como é o caso de Valdeorras, por exemplo. Graças, todo há que dizé-lo, ao trabalho e interesse posto, entre outros, polo inspector ourensano, meu amigo, Pepe Delgado.


Por outra parte, o professor Monjardim, habitual colaborador do nosso La Región, publicou o passado 9 de junho um interessante artigo sobre este tema, que comparto quase na sua totalidade. Só discrepo um pouco dele quando se refere às ‘evidentes diferencias entre as nosas línguas irmás’. Por se o meu amigo Afonso nom o sabe, sobre o particular, direi-lhe eu que existem muitas mais diferenças entre o castelhano de Paléncia e o de Sevilha, e ninguêm diz que nom ten ham ambas cidades o mesmo idioma. Tambem lhe tenho que dizer que mais do 99% das palavras e topónimos portugueses existem na Galiza ao igual que em Portugal. Por exemplo : eu sou professor-tutor do Centro Associado da UNED em Pontevedra, que está situado em Monte Porreiro. A palavra porreiro, tam galega como portuguesa, significa lindo ou formoso. Em todo o demais do artigo concordo plenamente. Todos os docentes de galego de primária, e mais os de secundária, poderiam perfeitamente ensinar português. Especialmente, e melhor, todos aqueles que tenham estudos de Filologia Galego-Portuguesa. A fim de contas, entre a norma oficial imposta o seu dia para o galego, e a norma portuguesa, só existem doze diferenças, que qualquer rapaz pode aprender em quinze minutos (nh, lh, ç, s duplo, m final, g, j e x quando corresponda e acento à galega e nom à castelhana). Sr. Feijóo, por favor, ponha quanto antes a andar a proposta que lhe fez recentemente o embaixador português. Seria a melhor maneira para derrubar pronto todo este maremagnum artificial que há arredor do nosso idioma nos últimos tempos. Tema no que nem uns nem outros estam obrando com acerto e com cordura.


(*) Professor Numerário da Faculdade de Educaçom de Ourense Aulas de português na Galiza

Te puede interesar