Opinión

Bibliotecas de ourensanos

Odia do livro e da leitura faz-nos reflectir nas importantes bibliotecas que temos em Ourense. Umas, por sorte, recuperadas, a última a de Manuel Albendea, a quem lhe devemos uma póstuma homenagem. Outras muitas por recuperar e por colocar em lugar digno da nossa cidade. Junto com as de Ben-Cho-Shey, Blanco Amor, Alberto Vilanova e outros, hoje no faiado do Simeón, que nom é um lugar digno, embora se encontrem bem organizadas polo pessoal que as atende. Um lugar idóneo para colocar todas as bibliotecas de ourensanos seria o Banco de Espanha. Mas, pola cortedade de miras dos actuais governantes municipais, imos ser a única cidade que nom conseguemos para a cidadania este edifício tam singular na sua íntegra. É o sino histórico e triste da nossa urbe. Com este meu artigo de hoje, quero fazer de novo uma chamada de atençom a quem corresponda, para que Ourense nom perda as bibliotecas que aínda ficam por recuperar e se coloquem todas com as que já temos num espaço que possa ser visitado polos ourensanos que gostamos da leitura e da cultura. Em algum caso para que tenham que vir a Ourense ( o que lhe daria grande vida) investigadores e estudosos de outras latitudes.

Seria um crime nom salvar a excelente e primorosa biblioteca do prestigioso psiquíatra Vicente Rodríguez Gracia. Que leva muito tempo oferecendo à esta sua cidade de adopçom. Eu sei perfeitamente que em Espanha, sobre flora, que é a sua paixom, nom existe uma biblioteca especializada no tema tam grande e tam completa. Por isso querem levar-lha para outros lugares e mesmo universidades do país e de fora. Ele nom quere que lhe passe como o que lhe aconteceu às de Valente e Rei Soto, que, pola típica desídia dos governantes ourensanos, se foram, respeitivamente para Compostela e Poio. Num edifício da rua do Progresso, frente à Deputaçom, consérva-se a biblioteca do advogado Amadeu Varela. Tal biblioteca que conhecemos, é estupenda em dous temas como o agrarismo e o marxismo e tambem importante em galeguismo. Amadeu Varela, apaixonado pola leitura, fora o representante clandestino para Galiza da revista Vieiros, que em México coordenavam Carlos Velo e Luís Soto. Ademais de ser o defensor dos afectados pola barragem de Castrelo de Minho. O outro dia falando com o meu amigo Juan Luis Saco, me comentava que ele tambem estava disposto a oferecer a sua, tambem muito boa, para a cidade, colocandoa com todas as demais.

Deixo para o final o comentário sobre as minhas bibliotecas. E digo bibliotecas, porque poseo várias, polo amor que desde neno lhe tenho aos livros e à leitura. Por duas razoes : porque nascí na escola da minha aldeia e porque meu pai Juan sempre me regalava livros e minha mai Rosa me contava muitos contos populares. Gostaria infinito que se puderam colocar na minha cidade que tanto quero e na que vivo desde 1963 e trabalho desde 1969. Onde me casei e onde nasceram os meus três filhos. As oferezo gratuitamente, embora tenham um grande valor, pois nom as fum fazendo por dinheiro. A única condiçom que ponho é que se instalem, com todas as outras (nom pido exclusividade), num edifício grande e digno da cidade de Ourense, para que possam ser consultadas, com salas bem condicionadas para os investigadores e estudosos. A melhor que tenho é a de Tagore e sobre Tagore, com livros em todos os idiomas do mundo. Eu quero que fique em Ourense e, se por ventura ao final pode ficar teriam que vir a Ourense todos os tagoreanos que há no mundo. Ademais poderia criar-se arredor da mesma um Centro Tagore coordenado com os outros de Londres, Munich, Veneza, Nova Iorque, Budapest e os da Índia (nomeadamente, Santiniketon) e Bangladesh. Poderia ademais criar-se a Casa de Bengala no mesmo lugar. É uma ideia.

As outras excelentes bibliotecas que tenho som as de Cinema (nom há na Galiza uma tam completa), a de Pedagogia e Educaçom, a de cultura Galego-Portuguesa e Lusófona e a de temas ourensanos. Asuntos que se completam com uma importante videoteca, discoteca com discos de vinilo e compactos e fonoteca. A de Tagore querem-ma levar para a cidade da cultura em Compostela e eu nom estou polo labor. Pois estou farto de que todo se vaia para essa cidade tam pouco galega. A melhor oferta que tenho é a da Índia para coloca-la em Santiniketon, no seu edifício mais antigo. Mas nom perdo a esperança de que ao final fique na minha cidade. E aproveito para mandar-lhe a mensagem a um tal R. Vispo, que num jornal corunhês e pouco ourensano, há um tempo escreveu um depoimento muito negativo contra mim. Nom o contestei, pois a maldade que rezumava era tam grande, que já se contestava por sim mesmo. Nem ele me conhece nem a mim me interessa conhecé-lo pola sua catadura humana. O dito : Busquemos na cidade os espaços amplos e necessários para colocar as bibliotecas importantes dos ourensanos.

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