Opinión

Concha Blanco, escritora de Lires

Numa lindíssima paisagem da foz do rio Castro, entre Lires e Neminha, ver o solpor sobre o Atlántico é uma maravilha. Com nostálgia lembro aquele dia que levei alí a meus pais Juan e Rosa para disfrutar de tam magnífico espectáculo. Meus pais estavam, ademais de felizes, asombrados da beleza do que observavam. Ao lado de tal bela paragem, na localidade de Lires, nasceu a escritora das terras nérias Concha Blanco. Pena que uma piscifactoria estabelecida desde há anos contamine uma das mais lindas praias da nossa Galiza. Conhecim a esta agradável e alegre escritora, especializada em literatura infantil e juvenil, a finais dos anos oitenta. Quando lhe ofrecim impartir um curso para docentes de animaçom à leitura na Escola de Verao-Universidade Popular de Corcubiom. Curso que repetiu em ediçoes seguintes desta actividade de renovaçom pedagógica na Costa da Morte. Concha Blanco tem profundas qualidades para o tema do fomento da leitura. Tem sensibilidade, bondade, alegria, valores humanos e uma grande criatividade literária. Conhece perfeitamente o mundo da infância. Pola sua larga experiência pedagógico-didáctica como mestra em escolas da zona. A sua primeira escola foi a de Neminha, que fora construída no seu dia pola sociedade de emigrantes em Bos Aires, a ABC do Partido judicial de Corcubiom. Passou logo a regentar a do Éçaro, no formoso lugar onde noutro tempo o rio Jalhas desembocava em fervença, único caso em Europa. Mais tarde veu para Brens em Cee e no colégio que leva o nome do ourensano Eugênio López. Actualmente é professora de língua e literatura galega no IES ‘Agra de Raíces’ da localidade ceense. Ademais de magistério, que estudou em Compostela, realizou tambem os estudos de pedagogia.


Lembro com saudade as feiras do livro que se celebravam a meados de agosto pola Junqueira de Cee. Quase todos os anos Concha Blanco apresentava os seus livros que eram novidades. Eu passava com a minha família todos os meses de agosto as férias em Corcubiom e aproveitava para visitar esta feira. Por isso tenho todos os seus livros daquela época por ela dedicados. Entre eles a sua primeira obra Contos para a escola, editado por O Castro em 1981. Logo Cousiñas para a escola (1984), Chuchamel (1988) e O noso Pepe (1988). Desde princípios dos oitenta nom deixou mais de escrever. Especialmente para crianças, e jovens e com grande sucesso. A sua producçom literária supera os trinta títulos, publicando, ademais de em O Castro, em SM, Casals, Bruño, Sotelo Blanco, do Cumio, Xerais, Alfaguara, Everest e Ir Indo. E sempre na nossa língua galega. Recebeu vários prémios literários, como os três de O Facho por outras tantas obras. Foi finalista e teve accésits vários nos ‘Barco de Vapor’, ‘Lazarillo’, ‘Merlín’, ‘Lecturas’ e ‘Edebé’.


O seu livro ‘¡A min que me importa!’ (1999) foi traducido ao castelhano e catalam.


Escrevo hoje este artigo dedicado a Concha Blanco, pois às 13 horas vai receber na sala nobre da Deputaçom Provincial de Ourense o prémio do Certame de Narraçom Infantil e Juvenil Pura e Dora Vázquez, na sua ediçom sexta. Polo seu formoso livro Encontros ás agachadas, ilustrado por David Pintor, tambem premiado no apartado de ilustraçom. Eu sínto-me orgulhoso de formar parte do júri deste prémio nos cinco últimos anos. Embora com o trabalho de ter que ler todas as obras que se apresentam ao certame, e ter muitas outras ocupaçoes, ademais das minhas classes universitárias e atençom a muitos estudantes. Quando lim o original de Concha, polo lugar no que se desenvolve a acçom no seu lugar natal de Lires e polo seu estilo literário, pensei que seria ela a autora. A obra gostou-me tanto que na avaliaçom feita a coloquei em primeiro lugar. Embora havia outras que tambem mereciam ser premiadas e o júri recomendou à Deputaçom a publicaçom das mesmas. O livro de Concha é maravilhoso, tem valores humanos, rezuma alegria e bondade, tem agilidade descriptiva, tem imaginaçom desbordante e estou seguro que vai gostar muito aos rapazes galegos. Ademais, que leve este prémio a escritora à que lhe dedico este artigo, é um grande prestígio para este certame. Que leva o nome de duas escritoras ourensanas, que sempre apreciei. Pura, que nos deixou fisicamente há uns anos, e Dora, felizmente aínda entre nós.


(*) Professor Numerário da Faculdade de Educaçom de Ourense

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