Opinión

Educar para o consumo

O dia 15 de março de 1960 Kennedy pronunciou no Congresso USA um interessante discurso. Do que entresacamos o treito que di: Consumidores somos todos. Somos o maior grupo nos sistemas económicos e por isso aféctam-nos quase todas as decisoes económicas públicas e privadas. Desde entom todos os 15 de março celébra-se o Dia Mundial dos Direitos dos Consumidores. Eu compro, tu escolhes, ele ou ela vende, e nós os consumidores somos uma força que influe nas condiçoes de oferta e demanda de produtos e de serviços. Por isso a nossa sociedade se lhe chama agora sociedade de consumo. Mas é muito urgente aprender a consumir melhor e de forma mais crítica. A responsabilidade em este tema das três escolas actuais é evidente. A primeira escola ou familiar, a segunda ou escolar e a terceira ou paralela, dos médios de comunicaçom de massas. Provavelmente esta terceira é a mais forte no mundo de hoje, ao condicionar pensamentos, tomas de pose e decisoes. Cada vez menos livres, menos autónomas e mais manipuladas.


O tema é muito importante porque som precisamente as crianças, os adolescentes e os jovens os sectores mais expostos às manipulaçoes para consumir. Por exemplo, nos anos 90, os adolescentes passaram a ser grandes consumistas. Aqueles que nos 70 eram revolucionários e liberais, e nos 80 pasotas, trepas e submisos. Agora consumimos até tal ponto na sociedade occidental, e às vezes com tal falta de autêntica necessidade, que o consumo termina por consumir-nos. As empresas pouco tardaram em dar-se conta que, mais importante que dominar os meca nismos para produzir, é controlar as decisoes que animam a consumir aos cidadaos. Como som a publicidade, o marketing, os novos sistemas de motivaçom e outras formas mais ou menos clandestinas para persuadir. Por isso som as próprias empresas as que controlam e produzem os comportamentos no consumo, como produzir necessidades que som necessidades de massa, disfraçadas de desejos individuais, geralmente de prestígio social. O exemplo mais claro de isto que asertamos témo-lo no mundo da moda e das modas. Que som um perfeito e desgraçado impêrio do efímero. Nunca as referên cias, os valores, as decisoes para colocar-se no mundo, foram tam dependentes do seductor, do contagioso e do volúvel. Na música, na política ou na literatura, trunfam a superficialidade, a frivolidade, os devaneos constantes, o transfuguismo, a brevidade dos convencimentos e a liquidez das correntes. Nom há já nada permanente, nem interesse polo ético e o estético. Todo se relativiza e por isto o futuro é tam aberto como inexistente. Todo se sustitue rapidamente e sem secuências, todo é prioritário e exposto à nova ola. O pensamento estruturado passou a ser pensamento-spot. Isto provoca que as pessoas pensantes que, embora poucas, tambem as há, apoiem a criaçom de entidades para a defesa dos consumidores. Pola segurança dos produtos, a informaçom verdadeira, completa e obrigatória dos produtos do mercado e, o mais importante, o controlo dos métodos e médios para persuadir as demandas, como é a publicidade que muitas vezes é falsa e induze ao error.


Na escola familiar ou primeira escola, mais e pais devem ser conscientes e reflexivos. Dándo-se conta que as crianças aprendem mais que nada do que olham. E assim adquirem hábitos saudáveis e de consumo ajeitado, se no ambiente familiar os vem e os vivem. Na escola, a vida escolar deve girar arredor de actividades criativas e lúdicas, fomentando as aprendizagens apreciativas, que favorezam a adquisiçom de valores positivos e a autonomia, para saber escolher o que convem e o que nom convem. Um mural artístico, por exemplo, elaborado em grupo, sobre a importáncia de comer alimentos adeqüados, pode favorecer que nom comam mais comida-lixo, que infelizmente tanto abunda.


A escola paralela dos médios de comunicaçom (nomedamente os que usam a imagem) poderia fazer muitas cousas positivas para educar a crianças e jovens no consumo responsável. Desgraçadamente fai o contrário. Porque tampouco existe um código deontológico dos mass-média, e se existe é papel molhado. Quanta falta fai e qué bom seria que, por exemplo, a televisom tivera programas divertidos e educativos para ensinas a consumir de forma livre, consciente e autónoma! (*) Professor Numerário da Faculdade de Educaçom de Ourense

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