Opinión

Educar para a saúde

Uma das áreas que teriamos que incorporar de imediato ao currículo escolar actual é a educaçom para a saúde. Nom só o dia 7 de abril, no que se comemora o Dia Mundial para a Saúde. Tambem durante todo o curso, com actividades criativas e lúdicas e com estratégias didácticas inovadoras e motivadoras. Que enganchem aos rapazes de infantil, primária e secundária. Em 1948 a OMS, na sua carta fundacional, sinala que a saúde é um direito fundamental de todo ser humano do nosso planeta. E que a saúde está em relaçom com o bom cuidado e desenvolvimento do corpo físico e mental, com a sexualidade realizada e integrada como uma comunicaçom plena entre pessoas, com a boa alimentaçom e higiene, com uma atmósfera e natureza limpas e bem cuidadas, com umas relaçoes afectivas e equilibradas e com uma vida sem estrés, disfrutando da auto-estima, a segurança, a esperança e a confiança. Para terminar sinalando que sem saúde nom há paz, nem liberdade, nem desenvolvimento. Conceito que, na conferência internacional celebrada em 1986 em Otawa para promover a saúde no mundo, foi ampliado no senso de que ‘sem saúde nom pode haver progresso’. A exemplar ONG Médicos sem Fronteiras, com grande acerto, afirma que a saúde provoca sorrisos de esperança e progresso e que o mais contagioso é a risa.


Nom devemos esquecer que a melhor educaçom é a preventiva. A prevençom pedagógica tem que iniciar-se já na primeira escola que é a família. A educaçom positiva e preventiva para a saúde começa já, desde que a criança nasce, na sua própria família. Se na casa existem hábitos saudáveis nos que nela morem, como higiene bucal, ducha diária, alimentaçom armónica e adeqüada com consumo de fruta, produtos lácteos e verduras, nom fumar e nom tomar alcol, de seguro que as crianças ham de adquirir bons hábitos que permaneceram na sua idade adulta. E isso há de ser bom para todos. Para os cidadaos, a sociedade e o baixo custo na segurança social do nosso país.


Mestres e mestras das escolas infantís, primárias e secundárias devem ter muito claro que o objectivo educativo fundamental é ajudar aos estudantes a que sejam sujeitos activos e responsáveis do seu projecto de vida saudável. A que controlem a sua saúde, sabendo escolher as opçoes mais saudáveis para a vida quotidiana, ademais de serem solidários com outras pessoas e povos. Se didacticamente os docentes desenvolvem de forma acertada o seu labor neste campo, dentro das suas aulas, podemos lograr que crianças e jovens adquiram o desejo de viver, disfrutem de uma vida sana e desenvolvam hábitos saudáveis, como a dieta equilibrada, a prática de desportos, a higiene e limpeça pessoal e a prevençom de enfermidades tam ingratas e nefastas como as drogodependências, o alcolismo, o tabaquismo, o sedentarismo e os maus hábitos alimentícios. Para isto som muito importantes as actividades de ócio e tempo de lazer em contacto com a natureza, o respeito e cuidado do próprio corpo, a aceitaçom de sim mesmos asumindo limitaçoes e possibilidades, fomentando as responsabilidades e a participaçom, fomentando a solidariedade para lograr sensibilidade, generosidade, compreensom e espírito de colaboraçom.


Centrándo-se nas actividades didácticas de tipo lúdico e artístico, um plano interessante de intervençom em educaçom para a saúde nas aulas, deve contemplar a elaboraçom de murais artísticos e informativos, desenho de cartazes, auto-colantes e aforismos, participaçom em debates, tertúlias e postas em comum, cineforum com filmes relacionados com a saúde física e mental, dramatizaçoes, jogos variados, manualidades e actividades plásticas, audiçoes musicais e cantigas, elaboraçom de jornais escolares, revistas escritas e orais, visitas a hospitais e centros de saúde, etc. Sem esquecer as charlas que possam impartir nos centros de ensino pessoas da comunidade relacionadas com o tema da saúde, que som verdadeiros recursos humanos. Tambem se devem realizar exposiçoes e mostras, de livros e revistas, fotográficas, de cartazes e postais.


A escola paralela, integrada polos médios de comunicaçom, com especial poder educativo da televisom, deveria colaborar muito mais do que o faz com a educaçom para a saúde das nossas crianças e jovens. Combatindo, por exemplo, os perigosos tabaquismo, alcolismo, obesidade e comida lixo. Incluido esse botelhom que tanto dano está a fazer hoje nos nossos adolescentes.


(*) Professor Numerário da Faculdade de Educaçom de Ourense

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