Opinión

Eu aprécio a José Luis Baltar

Diante da persecuçom despiadada que está a sofrer nos últimos tempos José Luis Baltar, tenho que sair na defesa do meu amigo. Igual que lhe acontece ao presidente Zapatero, que até é culpável por cair uma pingueira, o mesmo lhe passa a Baltar. As críticas que recebe em algúns jornais da capital galega, da do reino e dum corunhês que tem um nome que nom corresponde à verdade, som exageradas e, por vezes, insultantes. Há dous ou três jornalistas ourensanos que têm uma fixaçom quase enfermiça contra Baltar. De um tem que suportar estoicamente, desde há muitos anos, uma persecuçom que supera a esquizofrénia. Baltar acho que pode pensar que é melhor que falem dum aínda que seja mal. Esse mesmo jornalista, que de cem vezes fala do presidente da Deputaçom noventa e nove mal, nom tem reparo algum em ensalzar, contra vento e marê, ao mais nefasto e mediocre alcaide que tuvemos os ourensanos durante a história da cidade.


Suponho que agora que é quando mais arreciam os ataques, maioritariamente injustos, contra Baltar, ham de estar detrás os do partido da rua madrilenha de Génova, e antes, desde Galiza, a triste figura do corunhês Romay Beccaría. Que parece estar detrás de todo, e nom de cousas boas. Como antes ao desaparecido Pepe Cuinha, agora a Baltar nom lhe perdoam o seu sincero galeguismo e a sua origem humilde e popular. Da que em nenhum momento, e isso o honra, nunca renegou. Eu conhecim a José Luis na década dos setenta. Quando dirigia o colégio público de Luíntra, no que a minha esposa Ana estava de mestra, depois de passar antes pola escola de San Miguel do Campo. A minha amizade com Baltar nom é por razoes políticas, pois eu nom tenho militáncia partidária, e menos no seu partido. É por razoes profissionais similares, de ele como mestre durante muitos anos e muito apreciado, e eu como formador de mestres. Tanto na formaçom inicial, como na permanente ou em exercício.


Sei da sua origem humilde à que nunca renunciou. Sei que, trabalhando de revisor na empresa Trives para ganhar um dinheiro e poder estudar, realizou de forma brilhante os seus estudos de Magistério. Ninguêm pode discutir a inteligência da sua pessoa. Nem a sua afabilidade, humor e alegria. Nem a sua boa disposiçom para todos. Nem que o seu escritório está sempre aberto para os ourensanos e tem ajudado a muitas pessoas, à margem das suas ideias políticas e militáncia. Porque nom é rencoroso nem sectário. Há muitos ourensanos que podem testimunhar o que estou a dizer. É verdade que só se equivoca o que trabalha. E Baltar tem cometido algúns erros, como o de confiar algumas vezes em algúns nos que nom deveria confiar. Para os diferentes postos e cometidos. Mas isto é normal, porque o que nom faz nada e só critica, nunca se equivoca.


De Baltar admiro muitas cousas e eu sempre encontrei em ele o ánimo e o apoio para desenvolver temas e projectos positivos para Ourense e província. O que nom posso dizer da maioria dos políticos dos que, por vezes, me tenho encontrado. Admiro em ele a sua abertura de miras, o seu humor, a sua campechania, o que use o galego a diário e sem complexos e, muito especialmente, o que nom tenha orgulho e arrogáncia. Um dia fiquei asombrado olhando como lhe dava um abraço na rua do Passeio a um paisano que vinha de comprar da feira uns apeiros de labrança. A Baltar nunca lhe cairam os anelos. Essa sua humildade é maravilhosa, e eu a aprécio muito. Como a sua portentosa memória.


Por todo isto nom entendo como o seu próprio partido, polo que tanto tem trabalhado ao largo de anos e anos, de forma constante e digna, lhe ponha agora a proa. O que para muitos é difícil de entender. Quando chegue o natural momento da sua jubilaçom política eu espero que este partido actue com a dignidade precissa. E lhe organice a homenagem que bem merece por todo o seu labor ao largo de tantos anos. O contrário seria imoral e injusto. E eu quero lembrar-lhe ao meu sempre amigo Baltar que o meu admirado Tagore dizia: ‘A verdadeira amizade é como a fosforescéncia do vagalume, resplandece melhor quando todo oscureceu’. Com a minha contará de por vida.


(*) Professor Numerário da Faculdade de Educaçom de Ourense

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