Opinión

A GRANDE CIDADE DE DACA

Oano 2005 conhecim por primeira vez a imensa cidade de Daca, capital de Bangladesh. A que visitei de novo em janeiro de 2010 e 2011. Gostei muito desta cidade, porque tem formosos monumentos, jardíns, parques, escolas e um porto fluvial muito importante. É uma cidade que nom tem nada que invejar às europeias, pola sua modernidade, as suas tendas, hotéis e restaurantes excelentes, e o ter muita pouca poluiçom. Posto que a flota de automóveis é muito moderna, destacando os novos carros de fabricaçom germânica e japonesa. Ademais no centro da cidade o tránsito é restricto, e milheiros de rikxas de bicicleta, que circulam a grande velocidade, evitam que existam fumes contaminadores. Rikxas muito lindos, cuja decoraçom é por sim mesma verdadeira arte popular. Os que, por um módico preço que há que convir antes com o condutor, é necessário usar para deslocar-se polas ruas desta cidade bengalí. Já é muito mais difícil ir a outros lugares mais lonjanos durante o dia, polo imenso tráfico que devem suportar as suas ruas e estradas. Por vezes leva muito tempo para chegar aos lugares. E, em isto Daca parece-se muito a Deli, capital da Índia. Naturalmente, esta cidade, centro urbano da Bengala Oriental, tem os seus problemas. O primeiro é a sua elevadíssima populaçom, que se agranda com os muitos prêdios de grandes alturas que existem. Algúns de mais de vinte andares, nos que moram infinidade de bangladeshis, vindos dos diferentes lugares do país. E este problema parece nom parar, pois em numerosos lugares da cidade estam a construir-se mais prêdios. O ritmo da construçom é realmente febril, pois os trabalhadores que os construem mesmo o fazem pola noite sem parar, suponho que em diferentes turnos. Esta cidade tem uma grande vida económica, fácil de detectar.


A cidade tem tambem muita vida cultural, centrada especialmente na poesia e os seus muitos recitais, nas actuações musicais e nas múltiplas representações teatrais. Para isto conta com muito bons auditôrios. O primeiro dia da minha chegada este ano, assistim pola tarde a um emocionante acto musical, com cantigas de homenagem ao grande músico baúl Lalon. Polas manhás visitei a Universidade muito moderna e dinámica, uma das mais importantes de Ásia, irmanada com a de Oxford. Esteve na Faculdade de Belas Artes, e foi um prazer ver os estudantes criando as suas obras artísticas nos grandes jardíns ao ar livre. Uma tarde visitei o departamento de castelhano e conhecim ao professor titular do mesmo Rafik e o professor associado valenciano Paco Ramos. Levei grande alegria ao comprovar o interesse que existe por aprender o idioma de Cervantes, com três turmas de alunos a pleno rendimento. Visitei a Bangla Akademi e comprovei de novo o grande amor que os bengalís têm polo seu idioma materno. O director da mesma solicitou-me que lhe procurara, para a ediçom dum livro, poemas galego-portugueses e castelhanos sobre a lingua materna. Na mesma tarde envie-lhe os de Manuel Maria, Celso Emílio e Lacerda. Visitei de novo a Casa sacerdotal dos Xaverianos, que já dirige desde há pouco o padre espanhol Benjamim Gómez, que tem estado várias vezes em Ourense. Esteve de novo alí com o padre italiano Garello, grande tagoreano como o seu companheiro Rigón, que leva de missionário nestas terras mais de trinta anos. Uma manhá acudim a saudar ao nosso embaixador Arturo Pérez Martínez, entrevista que foi muito agradável, e sobre que escreverei pronto um artigo. Uma tarde acudim ao parque da cidade, cheio de vida e animaçom, dedicado monograficamente ao idioma materno. Com um monumento que se engalana muito e bem todos os dias 21 de fevereiro de cada ano. Foi levantado como homenagem aos mártires do idioma do ano 1971. Na tarde do último dia teve que acudir ao plató da Desh, televisom importante da capital, para gravar um programa especial dedicado a Tagore, que há ser exibido o próximo dia 7 de maio, quando se cumprem os 150 anos do nascimento de Robindronath. No mesmo cantei em bengalí cantares tagoreanos, com grata surpreesa para os coordenadores do programa. Sobre a excelente gastronomia que disfrutei em Daca falarei num próximo artigo. O dia 26 de janeiro de madrugada, com o meu estudante Toton Kundu, voltei desde o aeroporto de Daca para o de Kolkata. Viagem na que estivemos, por sorte, acompanhados da grande intérprete de cantigas tagoreanas, professora de música da universidade bengalí, Reiana Choudhury. Em cinquenta minutos estavamos de novo na capital da Bengala ocidental indiana.

Te puede interesar