Opinión

Contra a gratuidade dos livros de texto

Uma das medidas mais acertadas da nova Conselharia de Educaçom da Junta da Galiza foi o mudar o modelo da anterior sobre os livros de texto. No seu dia já eu critiquei num meu artigo no nosso La Región o desacertado que era aplicar o sistema gratuito de livros de texto para todos. Naquela altura comentei um por um os efeitos nocivos que tal política acarreava e ia acarrear. Em primeiro lugar, e muito importante, o grave prejuízo económico para livreiros e livrarias, que som verdadeiros centros de cultura, e arredor delas vivem muitas famílias. Em segundo lugar, a influéncia psicológica que isto provoca em maes e pais, que acavam por infravolar os livros e dedicar o dinheiro a outras ‘chorradas’ (permita-se-me a palavra), e nom em livros, que som verdadeiros tesouros para o bom futuro escolar e laboral dos rapazes. Isto bem o sabemos aqueles que tivemos a sorte de ter pais que nos regalavam livros, quando eramos crianças. Em terceiro lugar, o absurdo aumento de trabalho para os docentes, que já bastante têm com ensinar e educar. Em quarto lugar, que os estudantes nom podem sulinhar o livro, deixando de ser um documento vivo e útil.


Ao meu modo de ver, o único modelo válido que os governos devem estabelecer é o cheque-livro. Para as famílias que neces sitem ajuda para adquirir os livros para os seus filhos em tempo escolar. Como é natural, seguindo os critêrios mais ajeitados, segundo que famílias o necessitem, polo número de filhos, os ingressos anuais, o número de membros da família, o estado laboral e a declaraçom da renda. Logo estas famílias com direito ao cheque-livro, podem adquirir os seus textos educativos em qualquer livraria galega, sem discriminaçom. Eis a autêntica política que há que seguir em este tema, e que se aproxima muito à que vem de pôr-se em marcha agora pola administraçom educativa da Galiza. Administraçom educativa, que tem muito fácil superar a da administraçom anterior, a pior da história da nossa autonomia. Basta com que utilice o sentido comum, infelizmente o menos comum de todos os sentidos. Em isto que comento sobre a gratuidade dos livros de texto sinto muito discrepar de sindicatos e outras associaçoes. Eu digo o que penso e o que sinto e já o comentei no seu momento por activa, por passiva e por escrito.


Em relaçom com este tema temos outros muito importantes. Por exemplo, o favorecer a renovaçom pedagógica das nossas aulas, a criatividade e a inovaçom. Utilizar mais a biblioteca de aula e ensinar aos docentes estratégias para fazer bom uso da mesma. Dotar as bibliotecas escolares com livros variados e outros recursos didácticos alternativos, como filmes e CDs de música e recitais. E melhor seria aínda, como já desde há muito tempo o têm os catalaes, dotar de pessoal humano especializado estas bibliotecas escolares. Fomentar a leitura entre os rapazes, com mecanismos lúdicos e artísticos adequados. Para que ocupem o seu tempo livre e de lazer, fazendo leituras de contos, poesia, teatro, relatos, fábulas, lendas e romances, como verdadeiro passatempo. Criando em todos os centros de ensino da comunidade galega grupos de títeres e teatro e jornais escolares, redactados polo escolares. Fomentando os conta-contos para que nenos e nenas adquiram o prazer por ler. Esta sim que é uma política ajeitada, que as mediocres dirigentes anteriores nom emprenderam no seu momento. E que espero o faça a nova equipa nos quatro anos que tem por diante para governar com jeito. Por este caminho que proponho ham contar sempre com o meu apoio e ánimo. E tal apoio será muito maior se decidem mimar ao sector mais importante das aulas e escolas, que som os docentes. Como bem pensavam Giner e Cossío: ‘A alma da escola é o mestre/a e Gastade, gastade nos mestres!’.


(*) Professor Numerário da Faculdade de Educaçom de Ourense

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