Opinión

JOSÉ SUEIRO, MESTRE REPUBLICANO EXEMPLAR

O passado dia 5, jornada internacional do médio ambiente, deixava-nos fisicamente um mestre republicano exemplar. José Sueiro Martínez tinha 91 anos de idade e era um dos poucos mestres que nos ficavam vivos dos formados no Plano Profissional de 1931. O melhor plano de estudos da nossa história, aínda hoje nom superado, para a formaçom inicial dos docentes. E sobre o que eu já tenho publicado vários artigos no nosso La Región ao largo dos últimos anos. Era filho de outro grande mestre nascido em terras de Cerdedo que banha o Lérez, Manuel Sueiro, perseguido, suspendido de emprego e represaliado polas suas ideias progressistas e republicanas.


Um dos nossos centros públicos educativos leva o nome do seu pai, no bairro de As Lagoas. Para lembrar a um mestre digno, que ensinou aos seus filhos nos valores éticos e humanos e fomentou neles a vocaçom por ajudar aos demais por médio da escola, do ensino e da medicina. Pepe Sueiro, como gostava que lhe chamaramos, foi mestre das academias ourensanas 'Galega' e logo 'Sueiro' da rua da Liberdade. Mais tarde esteve de mestre em Cahamoínha e durante bastantes anos, antes de reformar-se, ensinou no CPI de Mende, centro do que tambem foi secretário. Alí foi companheiro de outros grandes mestres e do meu amigo e companheiro de curso César Varela. Foi um grande didacta, especialmente para ensinar as matemáticas. Pertencente a uma família de educadores e de grandes servidores à comunidade, a sua irmá Pacita foi a 'alma mater' do excelente colégio Sueiro frente à nossa Alameda. Onde em tempos difíceis e alargados, com grande habilidade, manteve sempre viva a chama da sabedoria, da vida, da ética e da dignidade. Salvando nom poucos escolhos. A minha companheira Ana e os meus cunhados Alfredo e Chicha tuveram a sorte de estudar no colégio de dona Pacita, antes de entrar no Instituto do Pousio. E a formaçom que levaram era realmente espléndida.


Eu apreciava muito a Pepe Sueiro e à sua esposa Rosa López, tambem excelente mestra do Plano Profissional. Como eu me encontrava na Índia quando faleceu nom souvem da sua morte. Com ambos esteve infinidade de vezes em tertúlia e debate-papo no pátio de colunas do nosso Liceu Recreio.


Para mim era um prazer escoitar a ambos. Que me contavam numerosas anecdotas e histórias da sua larga e fructífera vida profissional, como mestres bem dignos e modélicos que foram. A sua esposa levava tambem o nome de minha mae Rosa, tema que comentavamos muitas vezes. Por isso sempre me dirigia a ela como Rosinha e, quando eu tinha algum tempo, sentava-me ao seu lado a falar. Logo aparecia o seu Pepe e eu admirava muito o amor que mantinham vivo entre ambos. E queriam saber muitas cousas das minhas viagens à Índia. Sempre me falavam com carinho de seu filho Manolo e da sua nora Clara. Tambem apreciavam muitíssimo ao seu sobrinho Gonçalo e o tinham em muito alta estima. Filho de dona Pacita, foi companheiro meu de magistério na Escola Normal, de 1963 a 1966. Uma das suas irmás foi uma estupenda aluna minha na mesma Normal, onde primeiro fum estudante e logo professor.


Em 1979 encabeçou Pepe Sueiro a candidatura do PSOE ao nosso concelho. Logo de dous anos como concelheiro, demitiu-se por nom estar de acordo que pessoas com ofícios, profissoes e salários, sendo edís, cobrassem por exercer o seu trabalho. Por este tema eu muitas vezes comentáva-lhe na nossa tertúlia do Liceu que, com os políticos de hoje, se o filósofo grego Platom levantasse a sua cabeça da tumba voltaria de novo a baixa-la. Agás se a pessoa primeira que olhasse fosse Pepe Sueiro. Isto provocava muitos risos entre nós. Deixou-nos um mestre republicano exemplar. Mas, o seu exemplo e os seus valores éticos ficarám sempre na nossa memória e no nosso coraçom.

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