Opinión

Leituras para nenos e jovens

Por sétimo ano consecutivo, a Deputaçom Provincial, que preside o meu amigo Baltar, convocou o Certame ‘Pura e Dora Vázquez’ de literatura infantil e juvenil. Desde a segunda ediçom, tenho a honra de formar parte do se júri. Embora seja bastante trabalho, a maiores do meu profissional, é muito satisfactório para mim poder dar um grau de areia para escolher o melhor relato, que vai ser logo lido por crianças e jovens. Pois considero que fomentar o amor pola leitura nas geraçoes novas é um digno e importante objectivo. Por isto é necessário dar os parabéns à nossa Deputaçom por convocar cada ano este Certame de narrativa no nosso idioma, que tambem é de ilustraçom da obra escolhida polo júri. Júri que nom só tem que ver a qualidade lingüística e literária do texto. Tambem o se conteúdo, no que convem que se contemplem valores humanos a transmitir, ecológicos, pacifistas, de amizade, de aprécio pola vida, de respeito e solidariedade e inter-culturalismo. Olhar tambem nos textos a sua riqueza léxica e a agilidade narrativa. Que provoque nos pequenos leitores que, uma vez iniciada a leitura do livro se queira continuar até o final, para conhecer o desenvolvimento e desenlace da história contada.


No presente ano, o júri esteve integrado pola escritora de Lires-Cee, premiada o passado ano, Concha Blanco; polo celanovense António Pin heiro, articulista habitual do nosso La Región; polo mestre José Manuel Fernández e por mim mesmo como pedagogo, tendo acomo presidente e secretário respeitivamente, a José Luis Valhadares e Paco González. Houve que escolher entre vários e lindos trabalhos. Um deles próprio para a educaçom para a saúde, no que os protagonistas com voz eram os alimentos. Outro, um bonito diário com catorze relatos familiares. Três interessantes pola sua temática e o seu humor: ‘Os jogos olímpicos de ningures’, ‘Pericles’ e um conto de fadas titulado ‘O amigo Po’. Baixo o título de ‘O som do tempo’, que, uma vez aberta a plica, resultou ser de Andrés Pombo Granha, terminou de finalista. Apresenta umas histórias mágicas ou fantásticas que promovem a educaçom preventiva contra o consumo de drogas na adolescência e juventude. Está muito bem escrito e a mim gostou-me muito.


Por unanimidade do júri, foi proposta como ganhadora do certame a obra titulada ‘Palavra era um universo paralelo’, apresentada baixo o seudónimo de ‘Ouriolo Neneiro’. Todos os membros do júri levamos uma grande e agradável surpresa, ao comprovar, uma vez aberta a plica, que lhe tinhamos concedido o prémio ao escritor já consagrado Joam Babarro González. Alegria imensa por muitos motivos : por ser uma pessoa com um prolongado labor como mestre e escritor a favor da literatura infantil e juvenil, escrita na nossa língua. Por ter publicado no seu dia trabalhos lindos em aquele semanário para crianças chamado ‘Vagalume’, infelizmente desaparecido e que eu conservo todos os seus números encadernados na minha biblioteca. Ou belas antologias literárias em galego para as leituras escolares. Por ter conseguido antes já outros prémios, como os de O Facho e O Barco de Vapor. Por amar a nossa língua, a Nossa Terra e as outras culturas e idiomas. Nascido em 1947 na aldeia de Calvelo de Maceda, depois de exercer num Instituto corunhês como professor de língua e literatura galega, hoje está jubilado. O júri considerou que a sua obra era merecedora do prémio. Pola sua qualidade literária e lingüística, pola sua agilidade narrativa, por jogar muito bem com as letras e palavras e a sua relaçom com as novas tecnologias. Configurando um autêntico conto informático no mundo das letras. Tambem por fomentar o amor por outros idiomas do mundo. Eu mesmo fiquei surpreendido porque no seu relato aparece escrito em bengalí (bangla) um formoso texto poético do meu admirado Tagore. Que, traduzido, diz: ‘A minha Bengala de ouro, o teu céu, o teu ar e a mai!’. Que é uma famosa cantiga popular bengalí, similar à nossa ‘Rianjeira’.


(*) Professor Numerário da Faculdade de Educaçom de Ourense

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