Opinión

LEMBRANÇA DE DEL RIEGO DESDE INDIA

Venho de inteirar-me polo Portal Galego da Língua do falecimento de Francisco Fernández del Riego. A notícia envólve-me de tristura agora que me encontro na Bengala da Índia, a muita distância da minha terra de Galiza. Há muito pouco tempo que escreví no nosso jornal de La Región, das pessoas boas e generosas que aínda ficavam na Nossa Terra. Entre elas, como é natural, incluia a Del Riego, e aos poucos dias da publicaçom recebia da sua secretaria da Fundaçom Penzol uma carta de agradecimento polo meu escrito. Sempre apreciei a este grande galego, que há permanecer vi+vo no nosso pensamento e no nosso coraçom. Del Riego era de esses galegos dignos, nom sectários, que levava o seu país no coraçom e na mente. No seu 'ridoi', como dim no seu formoso idioma os bengalís. Desde tam longe (embora espiritualmente muito perto), quero lembrar e agradecer o muito que Del Riego fez pola cultura e a línga galega. Durante anos e anos, sem desfalecer nunca. Participando na criaçom de Galáxia, desenvolvendo um grande labor na Penzol e no lançamento ano tras ano, número a número, da revista Grial histórica. Tambem, e assim deve ficar dito, usando seudónimos, como o de Salvador de Lorenzana, em outras publicações. Em épocas oscuras e perigosas, que todos lembramos. Conservo na minha biblioteca particular de Ourense publicações periódicas, com muitas das suas interessantes colaborações. Por exemplo, a Galiza Emigrante, editada na Argentina e promovida por esse grande galego tambem que foi Luis Seoane, com formosos artigos seus sobre variados temas galegos. Del Riego era um galego modêlico, como seria de desejar que houvesse muitos, e que, infelizmente, nom há ou há muito poucos. Com qualidades e valores humanos : bondade, dignidade, laboriosidade, anti-sectarismo, vendo o lado positivo das cousas, sem prejuiços e apriorismos, sumando e multiplicando sempre. Nom restando nem dividindo, como fam muitos na Galiza. O seu labor de director da RAG de 1997 a 2001 foi exemplar, e estaria muito bem que os seus sucessores copiaram de ele. O que por desgraça nom aconteceu nem acontece.


Capítulo aparte merece o seu positivo relacionamento com Carvalho Calero, já desde moços. Uma das cousas que mais lhe agradeço, porque foi um dos poucos que souve respeitar a Dom Ricardo. Intentou num momento que a RAG tomasse a decissom de dedicar-lhe, como bem merecia, o Dia das Letras Galegas. Mas, tam só obtivo o seu voto a favor, o que no seu momento nos deu a conhecer. Ele mesmo nom se explicava tal sectarismo dos acadêmicos que tinha ao seu arredor, muitos dos que aínda continuam hoje na instituiçom. Sectarismo com uma pessoa que durante anos fora tambem acadêmico!


Del Riego mantivera tambem relacionamento rico e profundo com Portugal e sempre esteve a favor de tal relacionamento e que a nossa língua e cultura eram comúns. Porque esse sempre foi o sentimento e pensamento dos galeguistas, e dos que, desde as mocidades, sempre militaram no galeguismo, nos anos prévios, nos republicanos e nos posteriores, com a lógica prudência neste caso, como é natural. Ao nom contar com um contexto favorável. Gostaria-me muito que os actuais r futuros jovens galegos terminassem por conhecer a este grande galego. A melhor maneira lendo os seus lindos e fantásticos escritos. Em forma de livros, ensaios e artigos. Desde a Santiniketon de Robindronath Tagore, que ele tambem admirava e lia, onde agora me encontro, envio aos autênticos galegos, e á família de Del Riego, o meu profundo pesar pola sua perda física. Que nom espiritual, pois o seu labor, obra e pensamento exemplares, por Galiza, sempre estaram na nossa memória. A minha lembrança é tam grande como a distância que nesta altura me separa da minha linda e querida Terra.

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