Opinión

marino Rigón, grande tagoreano

Há vários anos que tinhamos desejos de conhecer a um importante tagoreano italiano, que desde janeiro de 1953 mora em Bangladesh. O Padre Marino Rigon, missionário saveriano, nasceu em Villaverla, localidade da província de Vicenza, o 5 de fevereiro de 1925. Polo que vem de cumprir os seus 85 anos de vida. Uma vida profunda de entrega aos demais. Uma vida frutífera, na que graças ao seu labor foram traduzidas por ele ao formoso idioma italiano mais de vinte livros de Robindronath Tagore. Algúns dos que em Europa só existe a versom italiana. Que eu tenho na minha biblioteca Tagore. E também outros de poetas e escritores bangladeshis, como Nazrul Islam, Jasmin Uddin, Lalon Shah e Sorot Chondro Chottopadhay. Fez também a versom ao bangla do conto de Pinocho escrito por Collodi.

Nom pudem conhecer pessoalmente ao Padre Rigon na minha primeira visita a Bangldesh em 2005. Por morar muito longe da capital do país Dhaka. Naquela altura conhecim a outro padre missionário da sua congregaçom, Silvano Garello. Que visitei na central saveriana da capital bengalesa. O que me falou do estupendo labor que estava a desenvolver desde fazia muitos anos Rigon na localidade de Shelabunia em Mongla Port, distrito de Baguerhat, ao lado da selva de Sundorbans, onde mora o famoso tigre de Bengala. Labor nom só apostólico, levando à prática diária a mensagem evangélica de Jesús, antes mais um labor educativo, mantendo escolas para crianças e jovens, hospitais, cooperativas agrárias e de pesca e escolas nocturnas para alfabetizaçom de adultos. Que esta vez sim pudem contemplar em vivo e em directo. Por todo o que leva feito Marino Rigon é admirado e muito apreciado em Bangladesh.

Quando mencionas o seu nome, os bangladeshis asintem com rosto de admiraçom e adoraçom à sua figura. No seu dia foi condecorado polo primeiro ministro de Bangladesh, pai da que hoje é também primeira ministra. Condecoraçom que recebeu polo seu labor humanitário prolongado no tempo e também por ter apoiado no seu momento a loita pola independência de Pakistam, do país oriental bengalí, nos anos setenta.

Como excelente missionário e tagoreano que é, desde o primeiro momento entendeu, de forma acertada, que para estar com o povo e para ajudá-lo, o primeiro que tinha que fazer era aprender a língua desse povo. O bangla, que tanto amam os bengalís. Em pouco tempo, em contacto com as pessoas de todas as idades, aprendeu o idioma. Que hoje domina perfeitamente e usa a diário. Sem esquecer a sua língua materna italiana. Isto permitiu-lhe ser um importante tradutor das obras tagoreanas e, de forma muito significativa, das poéticas.

Na minha recente visita, de 15 a 29 de janeiro passados, a Bangladesh, ademais de voltar a ver os lugares nos que laborou e morou Tagore a finais do século dezanove, e conhecer outros dos seus lugares, o principal objectivo da minha peregrinaçom era conhecer a Marino Rigon. Para dar-lhe o meu abraço tagoreano. Com os meus amigos bengalís das Bengalas oriental e ocidental, o dia 17 de madrugada, num todo-terreno alugado, saimos de Dhaka. Pola noite já, depois de percorrer muitos quilómetros, disfrutar da paisagem verde do país, das frutas como a papaia, de cruzar em ferri um ancho rio, chegamos a Mongla. Alí dormimos num hotel estupendo e antes comimos. Chamamos ao Padre Rigon e concordamos com ele que, como era tarde, a nossa visita ficava para a manhá do 18. Eu levantei-me todo ilusionado porque ia estar com a possivelmente mais importante pessoa tagoreana que hoje existe no mundo.

Ao lado do hotel existe um embarcadeiro. Onde numa barca cruzamos o rio para chegar ao lugar de Shelabunia. E eu lembrei-me de Galiza, o meu país que muito amo. E cantei “Na beira, na beira do mar” (secundado polos meus amigos), “Numa lanchinha de vela”, “Amorinhos colhim na beirinha do mar” e “A Rianjeira”. Estava tam longe e, ao mesmo tempo tam perto da minha Terra e dos nossos mares de Arousa e Muros. Num rikxa de bicicleta chegamos à missom de Rigon. Onde tem uma formosa igreja dedicada a Sam Pablo, ao lado dum pukur e dum jardim. Eu fundim-me com ele num abraço e regalei-lhe um livro em italiano sobre Santiniketon. El regalou-me o de Tagore que, com o nome de Santinicheton traduziu ao italiano, o de Pinocho em bangla e dous mais de Tagore. Comentou-me que em 1990 criou na sua localidade natal (com uma secçomn também em Venézia) um Centro Tagore, para difundir a obra tagoreana e como uma ONG para ajudar ao povo bengalês e outros que necessitam a nossa solidária ajuda.

Visitei logo as escolas, nas que os escolares me amostraram como nos seus livros aparecem as palavras que o galego-português lhe emprestou ao Bangla. Logo de explicar-lhes eu que a minha língua materna era o galego. Tiramos muitas fotos e prometim voltar alí para ficar vários dias, na minha próxima visita a finais do presente ano de 2010.

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