Opinión

O meu instituto laboral

Por decissom de meu pai Juan, eu tivem a sorte de estudar no Instituto Laboral de Lalim. Desde o ano 1958 até o de 1963. Criado em 1954, foi construído nos terreos do ‘Hospitalinho’, que fora obra da sociedade dos emigrantes de Lalim na Argentina. Situado à entrada da vila, levava o nome do nosso ilustre astrónomo Ramom Mª Alher Ulhoa. Igual que o de Riba d’Ávia, os seus estudos eram de especialidade agrícola e gadeira. O bacharelato elemental durava cinco cursos, que foi os que eu estudei em Lalim. Indo e vindo, no Castromil, as fins de semana, desde a minha aldeia de Corna, no concelho de Pinhor. Com nostálgia lembro que meu pai sempre me levou os lúns bem cedo para esperar o auto-carro, e os sábados pola tarde ia à minha procura. A minha formaçom mais importante e completa recebim-na eu neste centro profissional. Onde, ademais das matérias culturais, científicas e lingüísticas (agás Latim), tinhamos classes polas tardes de electricidade, carpintaria, forja e metal. Completadas com estudos de agronomia, cultivos, organografia, indústrias agropecuárias, fitógenas e zoógenas, gadaria e debuxo de todo tipo (artístico, lineal, industrial e topográfico). Um currículo completíssimo. A dia de hoje aínda nom enten do como, arredor dos inícios dos setenta, foram eliminados estes centros de ensino, tam completos e idóneos, como os Institutos Laborais. Que integravam a formaçom intelectual e cultural com a profissional. Embora fossem centros criados durante o franquismo, polos seus grandes valores formativos, deveriam continuar e nom ser eliminados. O que na Galiza aconteceu com os citados, e os de Noia, Vilagarcia, Tui, Betanços, Riba d’Eu e Mondonhedo.


Como ouro em pano guardo eu, na minha biblioteca, as memórias anuais do nosso Instituto. Que, com todo luxo de dados, detalhes, fotos e ilustraçoes, eram editadas cada ano. Graças ao excelente e modélico labor do que foi durante anos director, o professor Juan Carmelo Doñate Doñate. Natural da província de Teruel, é um lalinense mais. Eu o aprécio muito, mora em Lalim com a sua esposa e sempre que posso vou-no ver. Quánto lhe devemos todos os que fumos seus alunos! Igaual que a António Losada, que fora secretário, falecido há três anos, e que está soterrado no cimetério do bairro ourensano de Velhe.. Eu dévo-lhe o meu amor e aprécio polo cinema ao professor Hermida, que no obradoiro ensinava-nos electricidade. Todas as semanas nos projectava cinema em 16 mm. Documen tários variados e filmes de aventuras e históricos. Quando visito a vila e me encontro com este professor, lhe agradeço sempre o seu estupendo labor neste campo. Lembro tambem com carinho a outros dignos professores que tivem : Concepcióm Regales, Mª Carmen López, Sara Montes, Mene, José Martínez, Clodoaldo Tubilla, Pedro Fernández, Justo Garcia, Docampo e todos os de Debuxo, nos diferentes cursos. Realizavamos excursoes periódicas por toda Galiza. Habia numerosas actividades culturais (teatro, cinema, certames de postais e cartazes, audiçoes, ciclos de conferências, actos das festividades do ano...). As práticas agrícolas, com tractor incluído, realizavamo-las no campo de experiências agrárias. Que era o terreo que hoje ocupa o campo de fútebol ‘Manuel A. Cortiço’. Uma formaçom tam ampla, completa e profunda, ademais de merecer ser lembrada, nom merecia ser eliminada como no seu dia foi. O que funcionava bem tinha que manter-se em pé. E os Institutos Laborais eram centros de ensino modélicos. Que, adaptados aos tempos actuais, deveriam ser recuperados.


(*) Professor Numerário da Faculdade de Educaçom de Ourense

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