Opinión

TRÊS MULHERES NAMORADAS DE TAGORE

Na realidade foram infinidade as mulheres que admiravam a Robindronath Tagore. Mas, segundo a minha opiniom, três foram muito importantes polo que a continuaçom resenho. E o faço precisamente porque hoje é em todo o mundo o Dia Internacional da Mulher. O sexo femenino, a metade mais nobre e fundamental da humanidade, em palavras do grande feminista que foi Gandhi. Todos os tagoreanos sabemos que a mulher ocupa em todos os livros de Robindronath Tagore um lugar destacado, podendo afirmar que som as protagonistas principais da maioria dos seus romances, dos seus formosos contos e de muitas das suas obras teatrais e óperas-drama. Muitos dos seus poemas estam dedicados à mulher, como é o caso de O jardineiro, ou à mãe e a sua criança como em A lua nova ou crescente.


Sendo a mulher, entre outros muitos temas tagoreanos relacionados com a vida, a natureza e os astros do céu, um das mais importantes, nom deve extranhar que houvesse e haja muitas leitoras apaixoadas dos seus escritos, e lhe tenham tanta veneraçom. Alí onde, nos diferentes idiomas do mundo, foram publicadas algumas das suas obras poéticas ou narrativas. Só na Galiza temos que falar, entre outras que lhe dedicaram artigos e poemas, a Emília Pardo Bazán, Pura e Dora Vázquez, as pedagogas Joaquina Gallego e Concepción Ramón e a poetisa actual Cristina Amenedo. Em Espanha destacaram a directora da residência feminina de estudantes da ILE, Maria de Maeztu, e a catalana Maria de Quadras, que traduziu ao seu idioma bastantes obras tagoreanas. A nível mundial encóntram-se a francesa Andrée Karpeles e as Prémio Nóbel de Literatura Pearl S. Buck (1938) e Gabriela Mistral (1945), que chegou a estar em Nova Iorque com Tagore em 1933. Existiram outras muitas mais mulheres em todo o planeta que gostavam muito da literatura tagoreana. Sem embargo, sem temor algum a equivocar-me, foram três as mulheres mais importantes, desde todos os pontos de vista, que, ademais de admirá-lo, mesmo se pode dizer que chegaram a namorar-se dele. Ou polo menos dos seus escritos e da sua mensagem. Naturalmente, afirmo isto, com a prudência lógica. Ademais as três pertencem ao nosso âmbito cultural : Zenóbia Camprubí Aymar (1887-1956), Victória Ocampo Aguirre (1890-1979) e Cecília Meireles Benevides de Carvalho (1901-1964). Analisarei a continuaçom uma por uma, de forma sintética, por falta de espaço num artigo jornalístico, um pequeno currículo destas mulheres tam singulares. Advirto que estou a preparar sobre o tema um artigo muito mais amplo, a publicar em revistas especializadas e em diversos idiomas. E que nos últimos tempos em Santineketon esteve a ver no arquivo oportuno a correspondência que as duas primeiras sostiveram com Robindronath.


1.-Zenóbia: Esposa de Juan Ramón Jiménez, com o que se casou em Nova Iorque em 1916, e que tam importante foi para ele e a sua excelsa poesia.. Traduziu desde o inglês ao castelhano mais de vinte livros de Tagore. O primeiro A lua nova em 1915. Chegou a escrever seis largas cartas a Tagore, das que só foi contestada a primeira. De forma incomprensível e injusta, Robindranath fez ouvidos surdos às cartas da admiradora e tradutora. A que lhe mandou desde Madrid o 13 de agosto de 1918, da que tenho cópia, é linda de verdade. Nela revéla-se a sua sensibilidade, e termina com a frase 'com todo o meu coraçom na espera'.


2.-Victória: Chamada por Tagore carinhosamente pola palavra Bangla 'Viyoya', que significa o seu nome. Foi a criadora em Bos Aires da revista Sur e da editora do mesmo nome, onde publicou monográficos e artigos dedicados ao poeta bengalí. Posso afirmar (sem temor a equivocar-me), depois de ver infinidade de cartas entre ambos, desde 1925, todas elas nos dous casos com as palavras finais 'meu amor', em bangla ou inglês, que chegaram a namorar-se um do outro. Victória teve na sua casa de S. Isidro, quase por três meses, a Robindronath. Facilitou a publicaçom de muitos artigos de Tagore em castelhano no diário La Nación, e, em 1930, a sua actuaçom foi decissiva para que Tagore pudera expôr os seus quadros em París. Este dedicou-lhe um formoso livro de poemas com o título de Purobi. Do que um poema muito lindo, a ela dedicado, é uma cantiga muito popular em Bengala. Victória, já depois da morte de Tagore, chegou a ser nomeada doutora honoris causa pola universidade Visva-Bharoti de Tagore em Santiniketon.


3.-Cecília: Desde muito cedo, esta grande poetisa brasileira, iniciou-se no amor e admiraçom pola Índia. Traduziu à nossa lingua internacional vários livros tagoreanos e mesmo o hino indiano do que é autor, letra e música, Tagore. Apoiou todas as comerações de lembranças de Tagore no Brasil. E, por se fosse pouco, escreveu lindíssimos poemas dedicados ao grande escritor de Bengala. Do que tambem admirava o seu pensamento educativo. Por todo o seu aprécio pola Índia, Gandhi e Tagore, a proposta de Nehru, foi nomeada doutora honoris causa pola universidade de Deli. Para isto viajou à capital indiana e tambem esteve em Goa e Kolkata. Desde esta cidade esteve a ponto de acercar-se a Santiniketon, mas ao final, infelizmente, nom o fez. A sua obra literária e pedagógica é espléndida. E eu considero-a como uma autêntica tagoreana.


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