Opinión

NA LEMBRANÇA DE BEN-CHO-SHEY

O dia 2 de maio de 1988 falecia José Ramom e Fernández-Ojea, mais conhecido polo seudónimo de 'Ben-Cho-Shey'. Vêm de cumprir-se, por tanto, os 23 anos do seu falecimento. Eu quero lembrá-lo hoje, porque este tinha que continuar sendo o dia da nossa festa popular dos maios. Infelizmente, por decissom muito equivocada de todos os concelheiros ourensanos, há uns anos que a festa popular mais formosa, e de maior significado, do ciclo anual, nom se celebra o dia 3 de maio, que foi feriado em Ourense durante muitas décadas. E que 'Ben-Cho-Shey', que amava os maios como ninguêm, nom teria permitido protestando energicamente diante do nosso concelho por ter desprezado esta festa, e ser levada agora a uma situaçom quase residual, com muito pouca participaçom e qualidade. Para recuperá-la, como merece polos seus valores históricos, etnográficos e ecológicos, teria que voltar a ser na data na que sempre fora desde tempo imemorial. A ela vinha sempre desde Madrid 'Ben-Cho-Shey'. O dia 1 acudia às de Marim, Ponte Vedra, Poio e Vilagarcia, e o 3 achegáva-se à de Ourense, presidindo muitas vezes o júri correspondente. Graças à sua sensibilidade por esta festa, temos a sorte de contar na biblioteca do centro cultural do Simeom, com todo o que ele recolhia da mesma nas localidades antes citadas: fotos que ele tirava de maios engebres e artísticos, grupos de cantores, participantes e numerosas coplas dos diferentes grupos criadores de maios pontevedreses e ourensanos, nas respeitivas festividades locais. Se alguêm quere pescudar sobre esta festa popular nom lhe fica mais remêdio que consultar o tesouro que nos deixou da sua recolha durante numerosas edições, e que conservamos na nossa cidade.


Este grande galego e ourensano, figura para mim indiscutível que sempre admirei e apreciei, e que tivem a sorte de tratar em Madrid e Ourense, foi um grande polígrafo, educador, pedagogo, etnógrafo, historiador, geógrafo, especialista em heráldica e galeguista de pro. Em 1923 adquirira o título de mestre na Escola Superior de Magistério madrilenha. Exerceu de mestre excepcional em Carinho e Santa Marta de Moreiras. Em 1935 aprovou a oposiçom para inspector de ensino primário, ocupando praça em Lugo, onde foi importante dirigente do Partido Galeguista. Em 1937 foi suspenso de emprego por três meses e obrigado a deslocar-se a Cáceres, como inspector, exilado da sua Terra, que tanto sempre amou. Terminou como inspector em Toledo e publicou artigos muito interessantes e livros, como o Catom Galego, Santa Marta de Moreiras, os Baldaquinos galegos e o Baralhete, sobre o 'idioma' dos afiadores. Com uma bolsa das Deputações galegas realizou ampliaçom de estudos pedagógicos na França, Bélgica e Holanda. Coordenou durante anos a Página Pedagógica do diário ourensano La Zarpa. Na q ue publicou interessantes artigos sobre os grandes pedagogos Decroly e Pestalozzi e sobre a Escola Nova e o tema da lingua galega no ensino. Sempre se interessou pola cultura popular galega: os jogos, o ciclo das festas populares, os ofícios e o artesanato. Escreveu muitos e variados artigos sobre temas nossos e apoiou sempre a nossa lingua e o seu ensino, defendendo claramente a importância que teria na Galiza o ensino do idioma português, versom culta da nossa própria lingua. Com Risco e Otero realizou no seu dia o roteiro a Santo Andrê de Teixido. E difundiu, com estratêgias muito adeqüadas e sempre com humor e alegria, o galeguismo. Sabendo como relacionar-se com a gente moça galega. Por exemplo, nos grupos 'Castelao' e 'Brais Pinto' de Madrid. Alí foi onde eu o conhecim, quando, na feira do livro da capital, atendia a caseta do livro galego. Era um prazer estar ao seu lado. Irradiava alegria, bondade, entusiasmo e vibrações positivas.

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