Opinión

NO CENTENÁRIO DA MADRE TERESA DE CALCUTÁ

Para o Governo e os cidadaos da Índia a Madre Teresa de Calcutá é uma indiana mais. À que adoram, apreciam e admiram. Tanto que, junto com muito poucas pessoas que nasceram fora do território indostánico, como é o caso do português goense Telo de Mascarenhas, lhe dedicara uma monografia o serviço de publicaçoes do ministério de cultura central de Delhi. Porque os indianos por serem bem nascidos som agradecidos. E sabem que esta mulher, sendo uma cristiá autêntica que souve levar de forma maravilhosa à prática o evangelho de Jesús, dedicou vida, corpo e alma aos mais necessitados do seu grande país. Às crianças, às mulheres sem casta, aos 'filhos de Deus' ou 'harijans', como os denominava Gandhi, aos marginados entre os marginados, aos enfermos terminais, aos abandonados, aos meninos das ruas calcutenses.


Hoje som muitas as jovens que seguem o seu exemplo, especialmente em Kolkata e Bengala, vestidas com o seu hábito azúl e branco, curiosamente as cores da bandeira oficial da Galiza. Quando alá me encontro, estou muitas vezes com as freiras de Madre Teresa. Nos templos e paróquias cristiás que rodeiam Santiniketon e, especialmente, o dia 25 de dezembro, nos actos do templo da universidade tagoreana em lembrança do nascimento de Jesús. Que instaurou Tagore já nos inícios da sua escola nova da morada da paz santiniketana. Esse dia eu, escoitando ao grupo musical da faculdade de Songuit-Bhavon, os seus cantos de Merry Chritsmas, Noite de Paz, Adeste fideles (este em latim) e as cantigas de Robindronath dedicadas a Deus e o Natal, emocióno-me de verdade. E as freiras missionárias da caridade que estam ao meu lado, dam-se conta dos meus sentimentos, porque escoitam como canto Noite de Paz na minha língua materna galega.


Mas, quém era a Madre Teresa? Hoje precisamente, dia 26 de agosto, cúmprem-se os cem anos do seu nascimento. Acontecido tal dia como hoje do ano 1910, baixo o nome de Agnes Bojaxhiu, na capital de Macedónia, Skopje.


Tal como conta nos seus escritos autobiográficos, a primeira chamada para dedicar a sua vida aos demais, com senso evangélico, foi aos doze anos, quando a sua mae lhe indicou : 'Quando aceites uma tarefa, leva-a a termo com alegria. Do contrário nom a aceites'. Mais adiante descobreu o verdadeiro significado da felicidade interior ou alegria do coraçom. Porque a verdadeira felicidade está no ser, nom no ter. Aos dezaoito anos, em 1928, decidiu fazer-se missionária e deixou a sua família. Durante vinte anos ensinou no colégio de Santa Maria em Kolkata, pois tinha verdadeira vocaçom de mestra. Ademais animava às suas alunas maiores para que fossem aos subúrbios da cidade oferecer ajuda e assistência. Em 1950 fundou a ordem das Missionárias da Caridade, com 500 centros em todo o mundo.


Um dia, terminada a Segunda Guerra Mundial, encontrou ao lado do Hospital Campbell calcutense a uma anciá morrendo de fame. Que nom era aceite no hospital por ser pobre. A Madre Teresa lembrou-se da passagem evangélica na que Jesús diz que o que fazemos polos mais pequenos, polos que têm fame, polos enfermos e doentes e os abandonados é o mesmo que fazé-lo por Deus. Asim descobreu o seu verdadeiro caminho de entregar todo o seu amor aos demais, como um autêntico e maravilhoso regalo do céu. Desde já, e até a fim da sua vida, Teresa de Calcutá dedicou-se por completo ao serviço dos pobres das ruas da capital de Bengala occidental. Onde hoje há uma grande casa, sostida por uma potente fundaçom, com hospitais e escolas. E à que, periódicamente, acudem muitas pessoas voluntárias, de todos os continentes do mundo, para ajudar de forma solidária. Para Teresa, como para Tagore, Deus é vida. Onde há vida e amor está Deus. Se todos os cristiaos obrassem como esta excelente mulher, teriamos, de seguro, um mundo muito melhor. Onde reinasse o amor polos nossos semelhantes. Por isso Madre Teresa, que recebera o Prémio Nóbel da Paz e morreu em 1997, chegou a dizer: 'Jamais saberemos o muito que pode fazer um simples sorriso', pensamento muito similar ao de Gandhi. Eu quero recomendar hojeaos meus leitores, que leiam o seu maravilhoso livro, editado em castelhano, 'En el corazón del mundo (Pensamientos, historias y oraciones)'. Para poder compreender a profundidade de sentimento desta verdadeira santa que se entregou aos demais com tanto amor.

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