Opinión

Opinar sobre temas educativos

Levamos uma temporada larga lendo e escoitado em numerosos médios de comunicaçom as mais váriopintas opinioes sobre o tema da educaçom. Muitas delas enormemente desacertadas. Por vir de pessoas que nom conhecem nem a teoria, nem a prática, nem a história, nem a psicologia, do mundo educativo. Do que é realmente educar e do que nos aportaram ao largo da história os grandes educadores que houve no mundo. De educaçom atrevem-se a falar todos, embora nom conheçam nem por asomo, a complexidade dos múltiples elementos que intervêm no processo de ensinar. Que é um processo de comunicaçom complexo e completo, mais que nenhum outro. Dentro do que os docentes som o elemento mais importante. E logo os discentes ou alunos. Eu som um profissional que desde 1972 venho ensinando Didáctica, disciplina que tem como objectivo básico preparar aos futuros docentes para que saibam ensinar de forma acertada. Com toda a complexidade que isso supom. Ademais de levar 37 anos trabalhando na formaçom inicial dos profesores (algúns anos tambem na dos de secundâria), levo desde 1976 laborando assim mesmo, de forma voluntária e desinteresada, na formaçom permanente ou em exercício dos docentes. Porque amo a escola, amo o ensino e amo o meu país. E porque aprécio os docentes de todos os níveis do ensino. E, especialmente, aqueles que desenvolvem bem o seu labor. Que som mais dos que a nossa sociedade possa supor. Por isso desgosta-me muito escoitar opinioes negativas sobre os docentes. Na maior parte dos casos injustas e nom certas.


Eu mesmo, ao pouco tempo de terminar magistério, exercim um ano de mestre de primária. E, ao finalizar a carreira de pedagogia na Complutense, um ano de professor de secundâria no hoje denominado Instituto Otero Pedraio. Quando leio as opinioes da inefável Esperanza Aguirre (que nem a Saramago conhece!), e a uma tal Marina Mayoral, que há que recuperar a tarima, poem-se-me os cabelos de ponta e nom posso ficar calado. Como eu som especialista em Didáctica, prefiro expor de maneira ordeada os elementos básicos do que penso que é educar e ensinar. E para clarificar melhor as cousas, perante os administradores educativos, os políticos, as famílias, os ensinantes e os cidadaos todos.


1.-Discentes (alunos) e docentes (mestres), ademais de serem seres humanos, configuram o mais importante que existe nas aulas. Há que apoiar aos docentes, estimá-los, ajudá-los e trabalhar pola sua formaçom inicial e permanente, com modelos adeqüados. Laborando polo seu prestígio.


2.-A autoridade do mestre nom é uma enteléquia, nem algo que se decide por lei, nem se impom. A verdadeira autoridade (a autorictas) nasce do próprio mestre. Se o docente tem valores, sabe levar a aula, sabe aplicar estratégias didácticas, sabe comunicar, entende a psicologia dos alunos (diferente em cada momento evolutivo), tem paciência (contar até cem antes de decidir) e reflicte sobre o que faz, de seguro já tem verdadeira autoridade. E será assim recon hecido por todos os seus alunos. Por isso resulta terrorífico ler que há que recuperar a tarima. Isso que tanto custou eliminar. Freinet, o grande pedagogo galo, cujas escolas aínda hoje funcionam, e muito bem, em Niza, foi o que mais loitou contra da tarima. Se os docentes seguem o seu modelo didáctico nom a necessitam. Porque é muito importante a estrutura da própria aula. Em forma circular, em forma de U, ou com mesas agrupadas. Com biblioteca de aula, que deve usar-se a diário. Com técnicas dinámicas, lúdicas, criativas. A maioria dos grandes pedagogos suprimiram a tarima. O mesmo Tagore dava as suas aulas ao ar livre, debaixo das árvores. O que aínda se faz hoje em Santiniketon.


3.-É urgentíssimo um Pacto pola Educaçom. Há muito tempo que é necessário. A educaçom é importantíssima para o bom desenvolvimento dum país. No pacto têm que entrar todos e deixar lá fora partidismos, sindicalismos, sectarismos e todos os ismos que queiram. Temos o exemplo de Finlândia.


4.-Há que criar já uma ampla rede de escolas de mais e pais. Com actividades dinámicas e atractivas. Para clarificar entre eles o que é educar e o que é ensinar. E para que cometam menos erros e funcione de verdade a primeira escola que existe, que é a família.


5.-Urge a promulgaçom dum código deontológico dos médios de comunicaçom. Que cumpram todos, e nom só os públicos.O dano que estam a fazer em crianças e jovens é enorme. Como terceira escola que é, estam a fomentar modelos terríveis de conduta, muitas vezes definitivos e sem soluçom. A televisom, por exemplo, médio magnífico bem utilizado, pode divertir ensinando e educando. Pode, sem aborrir, fomentar modelos adeqüados entre nenos e adolescentes. A responsabilidade dos que programam e mandam na televisom é infinita.


6.-A crise da que chamamos escola é evidente. Os problemas de condutas nas aulas (algumas terríveis), manifestam-se nos espaços escolares, mas, onde estam as suas origens? A fonte dos problemas reais está na primeira escola ou família, que nom funciona desde há tempo como é devido.E na terceira escola dos médios de comunicaçom, com infinidade de programas infames, horrorosos e anti-educativos, lixo, basura e o que queiram adjetivar. Para resolver algo as cousas, há que ir necessariamente à fonte e origem real dos problemas.


7.-A escola, perante este sombrio panorama, tem que resover os múltiples problemas que a diário se apresentam. Que som muitos e diversos. Como muito bem sinalava o otro dia esse grande sábio e digna pessoa que é Federico Mayor Zaragoza, nom é com voltar à tarima como solucionar o tema, senom introduzindo mediadores nas aulas e centros de ensino. Que devem contar já com educadores sociais e com docentes de apoio. É imensamente mais importante dotar de pessoal adeqüado e necessário os centros, que enviar-lhes pizarras digitais e computadores.


(*) Professor Numerário da Faculdade de Educaçom de Ourense

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