Opinión

O Ourense termal de Bengala

O outro dia, por um casual, lendo um pequeno guia sobre Bengala Ocidental e, em concreto, sobre o distrito de Birbhum (na Índia distrito equivale a província), encontramos que muito perto de Santiniketon, a uns 60 quilómetros, havia um lugar com águas quentes ou termais, chamado Bokreshor. Nom o duvidamos e, aproveitando outra vez uma quarta-feira em que o centro educativo tagoreano fecha como se fosse o descanso dominical, alá fomos. Alugamos um táxi e, acompanhados por Toton Kundu e outros amigos, saímos as 8 da manhã, passando uma vez mais por Iliambaiar e a sua impressionante fraga, por uma muito boa estrada, para o que costuma nom ser muito comum neste país. Antes de chegarmos ao nosso destino passamos pola cidade de Dubralhpur, lugar histórico do que mais a frente falaremos. Ao chegarmos a Bokreshor ficamos fascinados polo que estávamos a olhar. Situado ao lado do rio do mesmo nome, pensamos imediatamente no nosso Ourense Termal. Entre árvores e flores existem aqui infindade de mananciais de águas termais sulfurosas. E numerosos templos hinduístas arredor, dedicados a Shiva, uma das mais importantes divindades do hinduísmo. Porque os indianos consideram que as águas termais tam abundantes deste lugar som a manifestaçom mais clara do poder divino. Muito frequentadas por homens e mulheres por serem lugares sagrados onde se podem banhar e por terem propriedades curativas para a bronquite, a diabete, a tise e as enfermidades da pele. A temperatura média destas águas é de 75 graus centígrados e está documentado que em dezembro de 1850 chegaram a 77 graus. O principal manancial deita 120 metros cúbicos por minuto. É este um importante lugar de peregrinaçom, no qual em fevereiro ou março, em seu caso, se organiza uma magna feira a que assistem mais de 30 mil peregrinos. Sobre o lugar existem infindade de lendas arredor duma familia de apelido Kundu.


Por isso a piscina ou estanque principal leva o nome de Agni Kundu. De forma rectangular, está dividida para acolher num lado os homens e no outro as mulheres. Nom o duvidamos e antes compramos uma tela chamada ‘gancha’, para nos tapar e podermos fazer a imersom nestas águas quentes. Durante mais de uma hora foi um verdadeiro prazer disfrutarmos deste banho em plena Índia, como se estivéssemos n’O Tinteiro, A Chavasqueira ou em Outariz. Usar o balneário e banhar-se custa a fantástica cifra de 5 rúpias (umas 20 pesetas antigas) e podes estar o tempo que quigeres.


Saímos do lugar depois de comprar algumas lembranças e fomos ver um outro lugar formoso e surpreendente. Perto da cidade de Dubralhpur existe um monte cheio de pedras graníticas, também de carácter sagrado para os indianos, que se chama ‘Mama Bagne’. Lugar também histórico e de peregrinaçom, com uma ermida hinduísta. Cheio de rochas de variadas e grandes formas, lembramo-nos da nossa Corna, de Pena Corneira e dos penedos d’O Pindo, Trava e a Passarela de Vimianço. Regressamos pola capital do distrito Siuri, e observamos antes uma grande central térmica, que aproveita os mananciais de águas quentes da zona. É esta uma zona curiosa porque contrasta muito com o resto do território do distrito, de largas chairas de terra barrosã e barro vermelho.


Foi esta uma maravilhosa jornada, que nos trouxe à memória os nossos lugares emblemáticos, que desfrutam de fontes termais. Os ourensanos d’As Burgas, as Caldas, a ribeira do Minho, Laias, Lóvios, o rio Caldo, Banhos de MolgasOs galegos de Cúntis, Caldas de Reis, Ponte-Caldelas, Caldelas de Tui... Os da Galiza Sul ou Portugal como Chaves, Carvalhelhos, Vidago, Pedras Salgadas e Caldas da Rainha.

Te puede interesar