Opinión

Ourense e a Universidade

Nom sei bem como em tantos e tantos temas importantes para a nossa cidade os ourensanos temos tam pouca sorte. Nom sei bem que pecados cometimos para que sejamos tratados como na realidade somos. Nom sei bem se merecemos tanto abandono e tanta discriminizaçom. Nom sei bem qual é a razom para, tendo um património tam extraordinário (há quem considera, acho que acertadamente, que a nossa cidade e província é a mais rica de Espanha em património artístico e em património natural), temos sem recuperar, por exemplo, o antigo cárcere, o chamado Banco de Espanha e o formoso claustro de S. Francisco. Nom sei tampouco bem porque somos tam discriminados nos estudos universitários. Nom sei bem se, ao melhor, isto é porque os ourensanos somos muito individualistas e pouco dados a unir-nos e solidarizar-nos com o nosso e os nossos. A verdade é que, se permitimos que nos sigam a discriminar no reparto dos estudos universitários, nom temos perdom de Deus.


Durante muitos anos, desde finais do século dezanove, só tivemos como estudos superiores os da Escola Normal de Mestres. Nos anos setenta foi criado o Colêgio Universitário. Naquela altura foi importante para elo o labor de Ferrer Garrido. Embora de ideias bastante reaccionárias, que nunca compartim, quero ser objectivo e reconhecer que realizou muitas cousas positivas pola cidade de Ourense. Quando o Colêgio do Posio passou ao campus actual estabeleceram-se as novas Faculdades de Ciências e Humanidades, no edifício de ferro. Houve mesmo uma magna manifestaçom de ourensanos reclamando um campus digno, que muitos lembramos. Foram dando-se passos, certo que a conta-gotas, mas já a Faculdade de Sociologia que teriamos que ter aquí foi para Corunha. Criou-se Informática de Gestiom como algo pioneiro no momento e terminaram por nascer outros estudos semelhantes na cidade herculina. Cuja província conta com duas universidades públicas.


Todos nos tornamos muito contentes quando foi criada a Faculdade de Direito, velha aspiraçom ourensana, que começou com muito alunado e grande sucesso. Os ourensanos nunca deveriamos ter permitido que, com premeditaçom, alevosia e, especialmente, nocturnidade, os flamantes catedráticos levaram para Vigo a especializaçom de Direito Comunitârio, que tinha que ficar em Ourense. Para impedir o quase desmantelamento actual da Faculdade. Só tímidas protestas e ninguêm moveu um dedo para impedir tamanha injustiça e discriminaçom para com Ourense e o seu Campus. O famoso Plano Bolonha vem de fechar agora duas titulaçoes da minha Faculdade de Educaçom, a de idiomas e a de educaçom especial. Esta só existia em Ourense, e tinham que vir aquí estudantes de toda Galiza para cursá-la. Que davam vida à cidade, aos alugueres de andares e casas de comidas e bares. Agora já nem isso. Por se fosse pouco, na Faculdade de Ciências, com um claustro de professores de grande categoria profissional e investigadora, surge o problema da carreira de Física e a sua possível supressom. A alternativa de criar a titulaçom de Estudos Médio-Ambientais, termina por ter outras noivas em Compostela e na Corunha (sempre Corunha!). Por isto eu berro com força : Estudos Ambientais em exclusiva, e tambem Física, para Ourense! Resulta gratificante, por nom ser, infelizmente, habitual, ver juntos reclamando isto a Paco Rodríguez (nom o eterno da UPG) e a José Luis Baltar. Este é o caminho. Ir de maos dadas na defesa de Ourense todos nós. Basta de tanta marginaçom e discriminaçom para com a nossa cidade e província! A Junta da Galiza actual, com ourensanos à frente, tem a palavra e a assinatura.


Professor Numerário da Faculdade de Educaçom de Ourense

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