Opinión

POESIA PARA SAUDAR A PRIMAVERA

Hoje celébra-se o Dia Mundial da Posia. A Unesco, no 2001, instituiu esta data tam significativa, pois é a da entrada no equinócio primaveral, para apreciar as belas palavras poéticas e reflectir sobre as diferentes culturas e idiomas e sobre a sociedade actual. Servíndo-se do encanto e engado dos versos, das rimas e das metáforas. Nesta data, já desde começos do passado século, em muitas escolas celebráva-se a Festa da Ârvore. E aínda se celebra hoje, realizando diferentes actividades didáticas, artísticas, lúdicas e de descoberta, arredor da ârvore, tam importante, desde muitos pontos de vista, para a vida das pessoas. Que tam bem cantou Castelao no Sempre em Galiza. E o meu admirado Tagore, que criou a sua escola na que as aulas têm lugar ao ar livre debaixo das ârvores. Por isto animava aos mestres para que nom levassem a ârvore à classe (teria que ser cortada em troços e sem vida), senom a classe com as crianças junto da ârvore. Nom deixa de ter senso poético isto. Como o tem profundamente a primavera. Quando tudo floresce e a terra se enche de verdor e o cuco aparece, vindo da sua emigraçom africana. Em muitos lugares e cidades importantes, nesta data, arredor da 'Primavera dos Poetas', organizam-se recitais, e poetas novos e nom tam novos lem os seus poemas. Entre as cidades do mundo, quero destacar a portuguesa de Porto, que tem um importante círculo poético e um dia à semana reúnem-se poetas e amantes da poesia para recitar e disfrutar da arte poética. Hoje organizam uma maratona lírica. A outra cidade é Bogotá, capital de Colómbia, na que no seu Gimnásio Moderno, a primeira escola nova de Sudamérica, criada polo grande pedagogo Agustín Nieto Caballero em 1914, um grupo de mais de vinte poetas de reconhecimento internacional, lem as suas poesias, diante dum público fervoroso. Aproveito tambem para saudar o 'Círculo poético ourensano', do que foi alma mater Segundo Alvarado, e o 'Clube dos Poetas Vivos', do meu amigo Barbosa.


Este ano, por primeira vez, este dia nom estou na minha cidade. Mas, estou no lugar mais importante, do poeta mais importante da Índia e Bangladesh, que nom é outro que Tagore. Conhecido e admirado por todos com o nome de 'Kobigurú', algo assim como o poeta sublime e o mestre de poetas por excelência. Ademais das suas numerosas obras em prosa (aforismos, romances, teatro, memórias, artigos e contos), escreveu infinidade de poemas em livros tam formosos como : A lua nova, Purobi, O jardineiro, Regalo de amante, A colheita, A barca de ouro, Oferenda lírica e Últimos poemas. Dos que temos traducçom ao castelhano e ao galego-português.


Tambem aquí, por primeira vez desde que cá venho, vou disfrutar da grande festa popular da escola de Robindronath em Santiniketon, que desde há mais de cem anos se celebra para receber a primavera. Denomína-se 'Bosonto Utsov', festa das cores e da primavera, que é o que significa a palavra bosonto. No seu dia Tagore escreveu um poema dramático com o título de Falguni, traducido ao castelhano e ao galego-português como Ciclo da Primavera, para representar nesta data tam linda e festiva. Que esta vez, por ser lua cheia tambem, coincide com a minha onomâstica do 19 de março. Que por primeira vez, e de forma tam poética, celebro aquí


Animo a todos os meus amigos docentes de todos os níveis do ensino, para que hoje dediquem um tempo e um espaço à poesia, e a que os seus alunos recitem e inventem poemas com rima e sem rima. A melhor estratégia para criar sensibilidade nos rapazes, que hoje tam necessária é. Dentro de dous dias, no nosso Xornal Escolar, publico um artigo sobre o filme O carteiro e Pablo Neruda, e proponho actividades didáticas a fazer nas aulas arredor dos poetas e da poesia. Entre os que recomendo os nossos, Celso Emílio, Pura e Dora Vázquez, Curros, Cabanilhas, Rosalia, Manuel Maria, Avilês, Novoneyra, os medievais, Bouça Brei, Pessoa, Camões, Teixeira, Cecília Meireles, Drummond de Andrade e Gastón Figueira. E os castelhanos Juan Ramón Jiménez, Machado, Alberti, Hernández, Góngora, Octávio Paz, Neruda, Gabriela Mistral, Vasconcelos, Rubén Dario e Gustavo Adolfo Bécquer. O que escreveu aquele formoso poema que diz :'Qué es poesía, dices mientras clavas, en mi pupila tu pupila azul?. Qué es poesía? Y tu me lo preguntas? Poesía eres tu!'

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