Opinión

Presença de Jesús na India

Mais de oitenta por cento dos cidadãos da Índia som hinduístas. O hinduísmo, religiom milenária muito antiga, é de forma clara o culto maioritário neste grande e imenso país. Mais de oitocentos milhões de indianos o professam. E vivem em concordância com os princípios dos seus livros sagrados, representados polos diferentes Vedas, polos Uponisads e, especialmente, polo principal, o Bagavad-Guita. As doutrinas hinduístas estendem-se a todos os quefazeres da vida: as comidas, a higiene, as técnicas médicas, as festas, as comemorações, os ritos sagrados, as meditações, o ioga, o respeito pola vida e a natureza, o amor, a paz, as celebrações do ciclo vital (nascimento, maioria de idade, casamento e morte). Certo que, como acontece com os fundamentalistas das demais religiões em todo o mundo, os hinduístas fanáticos som também perigosos. Todos os extremismos som maus. Mas, aqui os hinduístas deste signo som franca minoria e o povo tampouco os aprecia. O hinduísmo é uma doutrina com muitos aspectos positivos. Agás, se calhar, como acontece com o catolicismo, a sua excessiva idolatria seja o aspecto mais negativo. Hinduísta nasce-se, por isso deve ser esta religiom a única nom proselitista do mundo. Isso provoca que os seus praticantes sejam universalistas e tenham tolerância e respeito polos outros diferentes cultos. O único que os hinduístas pedem é que aqueles que pratiquem outros sejam coerentes na teoria e na prática com os seus princípios. É normal que um hinduísta professe a mesma veneraçom por uma figura católica, virgem ou santo, que por uma das suas: Durga, Bishnu, Krishno ou Gonesha. Por isso entre os hinduístas também é muito respeitada a figura de Jesus.


Gandhi admirava Cristo e gostava muito do evangelho e, em especial, da passagem das bem-aventuranças. Tagore, já o tenho dito outras vezes, pronunciava, quando se encontrava em Santiniketon cada 25 de Dezembro, belas homilias sobre a figura de Jesus. Que foram recolhidas num livro intitulado ‘Cristo’. Do qual existem edições em italiano, castelhano e galego-português do Brasil. Os seus máximos colaboradores estrangeiros, Andrews, Pearson e Elmhirst, eram profundamente cristãos. Junto com as mais importantes religiões, a sócio-religiom da família Tagore, o ‘Brahmo-Somalh’, integrava os princípios do Cristianismo e a mensagem de Jesus. Somando a esta síntese os princípios sociais de liberdade, igualdade e fraternidade. Salvando os tristes sucessos de nom há muito acontecidos no Estado de Orissa, ao sul de Bengala, recriminados pola maioria de indianos, onde houve extrema violência contra praticantes e comunidades cristãs, o Cristianismo na Índia é respeitado. E, como é natural, naqueles lugares e Estados em que mais presença tem. Em Bengala destacam os povos tribais Santales, maioritariamente seguidores do evangelho de Jesus. Perto de Santiniketon existem templos e escolas cristãs. E uma escola que leva o nome de Santa Teresa de Jesus. Todos os domingos dá gosto ver, na missa católica do templo, numerosos santales (homens, mulheres e crianças) participando nos cultos e cantando em Santali, o seu primitivo e próprio idioma. Mesmo existe uma Bíblia editada em Santali. Em Bangladesh, embora de maioria mussulmana, também existe uma importante presença do Cristianismo. Com um magnífico labor social nas aldeias. Como o que desenvolve o padre italiano Marino Rigon, xaveriano, que tem traduzido para o italiano muitos livros de Tagore a partir do bangla. Da herança portuguesa existe uma boa presença cristã em Bandel, com catedral dedicada a Nossa Sra. da Boa Viagem e escolas salesianas Dom Bosco. E, em Kolkata, também com uma formosa catedral dedicada a Nossa Senhora do Rosário. Igualmente é muito importante a igreja de S. Paulo e o colégio jesuíta de S. Xavier, onde estudou Tagore.


Já noutros Estados indianos, é, sem dúvida, o de Goa, por pertencer a Portugal 451 anos, o de mais número de praticantes cristãos. Com numerosos templos, muito formosos, catedrais, capelas e igrejas, tanto na Velha Goa, como na capital Panjim. O Natal ali é uma grande festa. E o clima e a natureza também ajudam. Mais ao sul da Índia, o Estado de Kerala é, depois do de Goa, onde se nota mais a presença cristã e a mensagem de Jesus. Mensagem maravilhosa, muito especialmente se, ademais de a conhecer nos seus princípios teóricos, se pom em prática no dia a dia e em todos os âmbitos da vida. Como o fazia de forma maravilhosa a Madre Teresa de Calcutá e muitas das suas freiras, de hábito azul e branco, nos tempos de hoje.


(*) Professor Numerário da Faculdade de Educaçom de Ourense

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