Opinión

Procurar outras fórmulas para o nosso idioma

O outro dia na nossa rua do Passeio (que já nom é), encontrei-me com um antigo companheiro de estudos na nossa Escola Normal. Entre outras cousas, falamos de que tinhamos que organizar a homenagem, a dia de hoje aínda pendente, ao professor Albendea. E que tambem a merecia a pedagoga Carmem López Lucas, com morada em Madrid, depois de reformada. E falamos de outros muitos docentes que tuvemos e das anecdotas comuns durante os anos de estudos e brincadeiras no edifício da rua Vicente Risco, da Ponte. O meu interlocutor, preocupado como eu polo devir histórico da nossa língua e pola nefasta política lingüística desenvolta desde os anos 80 na Nossa Terra até mesmo estes dias, perguntou-me : “Paz, e tu qué pensas do novo decreto para o ensino da língua?”. Gostei da pergunta e solicitei que, perante tema tam importante, se tinha tempo e nom tinha inconveniente, fôssemos a um dos antigos e formosos cafés da nossa cidade tomar um bom café com leite, e assim eu poderia exprimir-me melhor sobre o que penso arredor deste tema, desde há muito tempo.

Antes de nada expliquei-lhe que as minhas opinioes podiam ser erradas e de antemao aceitava poder estar equivocado, mas que me saiam do coraçom e do meu fundo aprécio pola língua de minha mae Rosa. Vamos, que eram sinceras e que, à minha idade, nom tinha eu problema para dizer o que penso, tendo ademais a suficiente experiência para poder opinar sobre este tema, que provoca tantos enfrontamentos, faltos de todo senso comum no nosso país. Em primeiro lugar, comentei-lhe que eu nom acreditava para nada em decretos, que considerava que era o pior sistema para promover algo, que com eles sempre se ia conseguir o efeito contrário, que há que convencer e nom impôr, que, segundo um princípio da física, “toda acçom cria uma reacçom”, que se queres restar, dividir e criar problemas numa sociedade, nom existe melhor estratégia que promulgar decretos e logo impo-los à força e a “puro huevo”. Que era tam mau o decreto anterior, como o actual que se propom. Que, se vai para a fronte este novo é como desvestir a um santo e vestir a outro ( em linguagem do povo seria “mudar de porco a marrau”). Que o outro dia esteve a escoitar a exposiçom do conselheiro de educaçom defendendo a sua proposta e houve, no debate, uma lúcida intervençom dum professor de química, que só aplaudim eu. Com verdadeiro senso comum, mais ou menos diz : “Eu aprécio a língua galega, mas nom quero nem desejo que me obriguem a ensinar a química em galego, e tampouco em castelhano”. Este seu sentir é tambem o meu. Ambos nom queremos nenhuma dictadura, nem decretos próprios dela, que já temos a experiência triste do longo periodo franquista, no que estava totalmento proibido ensinar em galego e era obrigatório ensinar em castelhano. Que o berço e origem da maior parte dos problemas que hoje temos arredor do idioma, com total falta de cordura, foi o famoso e desgraçado decreto sobre a mal denominada norma oficial para o idioma, promulgado no verao de 1983, com premeditaçom, alevosia e nouturnidade, por obra e graça de personagens, para mim muito nefastos para a língua galega (nom em outros aspectos), como Filgueira, Piñeiro, García Sabell, Ramón Lorenzo, Santamarina e o asturiano Constantino García. Cérebro este último da aberrante norma, que nos afasta totalmente do mundo lingüístico ao que pertence a nossa língua, e está em completa contradiçom com a tradiçom romanística. Que sempre defenderam Menéndez Pidal, Coromines, Lindley Sintra, Azevedo Filho, Houaiss e Carvalho Calero, entre outros. O meu amigo, que nom o sabia, aínda se asombrou mais quando lhe expliquei que este terrorífico decreto fora promulgado, sem permitir um debate civilizado na sociedade galega, antes de ter aprovada a lei, convertendo a Galiza no primeiro país do mundo no que um decreto é publicado antes de ter a lei.

Em contra do senso comum e do ABC do direito administrativo. Surpreendido de todas as minhas opinioes, o meu amigo diz : “Entom, qué tu propos?” Para faze-lo mais didáctico, tenho que sintetizar e resumir as minhas propostas que lhe explicitei, sobre o que eu faria, se pudesse, para extender a cordura em Galiza no desenvolvimento coerente duma política lingüística racional, constructiva e positiva na Nossa Terra. Eis as minhas propostas :

1.-Trataria de convencer, sem impôr, solicitando o apoio dos médios de comunicaçom social, nomedamente a nossa televisóm, para fazer ver, o que é muito certo, que em Espanha, Galiza é a comunidade autónoma a priori, com maior potencial lingüístico de todas, ao ter dous idiomas tam importantes internacionalmente como som o galego-português da lusofonia e o castelhano. E que é um absurdo enfrontar a ambos no sistema educativo. Temos que lograr, como acontece na Índia, que todos os rapazes galegos ao terminar a secundária, se possam exprimir por oral e por escrito em galego-português, em castelhano e em outra língua, que nom tem porque ser o inglês. É vitalmente necessário na Galiza, no tema dos idiomas, sumar e multiplicar e nom enfrontar às pessoas. Aos docentes entre sim, aos docentes com maes e pais e aos alunos com os docentes. Para todo isto há que desenvolver nos centros de ensino programas de apoio didáctico, com recursos variados para promover o uso dos idiomas, eliminando todo tipo de atitudes negativas e incentivando aos docentes. Acho que, isto, se se quere, se pode fazer, eliminando toda forma de imposiçom e repressom.

2.-Adoitaria já para a nossa língua (o castelhano já tem em todo o mundo uma norma comum, embora tenha falares diferentes), a norma do acordo ortográfico lusófono, pois a nossa língua é internacional e valiossíssima, por ser a oficial em oito países. E solicitaria de imediato a entrada da Galiza na CPLP (Comunidade de Países de Língua Galego-Portugesa). O que nom deixa de ser uma utopia, depois do nomeamento como presidente da RAG do mais furibundo estaliniano antilusista que existe na Nossa Terra.

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