Opinión

RIKXAS INDIANOS QUE NOM CONTAMINAM

Para um ocidental ou europeu, a Índia é uma caixa de formosas surpreesas. Aquí há que trazer câmara fotográfica que tire fotos com rapidez, de forma instantânea e automática. Se necessitas tempo para prepará-la, de seguro que perdes imagens lindas e importantes. Cada segundo há um tema atractivo para fotografar. Um carro de vacas carregado de cousas variadas, animais de todo tipo, labores agrárias múltiples, mães com crianças no seu colo, monos que saltam entre as ârvores, feiras e festas, artesaos trabalhando, juntas de bois tirando de arados, malhas de arroz, rapazes jogando à bilharda ou a outros jogos similares aos nossos galego-portugueses, lindos jardins e fragas com flores de cores lindas e variadas, templos dedicados a distintos deuses, escolas ao ar livre e muitas outras cousas. Mas, um dos temas que mais surpreende é a variedade de transportes que existem, tanto nas cidades como nas zonas rurais. Porque é este um país cheio de vida. Os comboios vam carregados de gente, e para muitos lugares e cidades há que comprar os bilhetes com antecedência, para ter um lugar. Os auto-carros vam tam ateigados, que mesmo na cima levam, ademais de mercadorias, muitas pessoas. E a mim lémbram-me a minha infância na Corna, quando com bom tempo de verao, gostava de vir a Ourense com meu pai Juan por cima do Castromil. A flota de automóveis aumenta dia a dia e continuamente em toda Índia, que infelizmente poucas estradas boas tem. Mas que quase nom existem, como se fosse um miragre, accidentes rodoviários. A maioria deles estam provocados polas numerosas motos de todo o tipo que existem, cujos conductores vam como loucos lançados. Conducindo de forma tam temerária que a mim extránha-me muito que nom provoquem mais accidentes, dos que por certo eu aínda nom observei nenhum nas largas temporadas que passo em Santiniketon, nos últimos dez anos.


Sem embargo, do que quero falar mais hoje é dos transportes chamados 'rikxas', que, para distâncias curtas, som os que devemos empregar. Tanto polo seu valor ecológico ao nom contaminar, como polo baixo preço da viagem, como porque viajando neles ajudas à família do que conduz um rikxa, pois é o seu trabalho diário. Por tanto, tambem tem um valor social e humanitário andar em rikxa. Este tipo de transporte é originário da China, de onde há séculos passou para Índia, Japom e outros países da zona. Por isso aínda se conserva a palavra original, pronunciada quase de forma similar à chinesa. Naturalmente, a criatividade dos indianos levou a que foram introducidas melhoras nos carros utilizados. Onde primeiro se usaram os rikxas foi na cidade de Kolkatra (Calcutá). Nesta cidade aínda sobrevivem aqueles cujos condutores (a maioria do estado de Bihar, próximo a Bengala), vam a pe, têm grandes músculos e tiram da carruagem com grande força e perícia. Para conhecer bem a cidade e os seus lindos recantos antigos e os labores e vida dos calcutenhos, nom há como viajar neles. Nom devemos ter escrúpulo algum para viajar nestes rikxas, que, nos últimos tempos, o governo municipal intentou suprimi-los sem consegué-lo. Pois arredor destes transportes vivem numerossísimas famílias. O famoso livro e, especialmente, o filme de Lapierre 'A cidade da alegria', fez muito dano a estes rikxas, ao apresentar de forma muito deformada e nom autêntica a sua realidade e vitalidade. Antes de subir a um destes rikxas é necessário estabelecer de comum acordo o preço do percorrido. Eu sempre pergunto ao condutor que número de filhos tem e quais som os seus estudos. Muitas vezes fico surpreendido de que, com o seu trabalho, mesmo pode estudar aos seus filhos, ademais de dar de comer aos membros do seu 'poribar' (família em Bangla). Sempre lhe dou o duplo de rúpias do antes acordado. Os rikxas normais, mais modernizados, som os de bicicleta de três rodas. Em cada lugar e cidade, a sua decoraçom é diferente e, a miúdo muito linda, como acontece com os de Goa. Em Santiniketon há muitos e eu uso-os a diário. Cada três quilómetros podes viajar neles por trinta céntimos de euro e, se se portam bem, sempre lhes dou propina (em bangla 'upohar'). As cidades nas que há mais rikxas deste tipo som Panjim em Goa, Daka em Bangladesh, Bordoman e Benarés (Varanosi). As crianças pequenas som transportadas às escolas infantís nuns formosos rikxas fechados e com janelas. Dentro podem levar uns dez rapazes. Os que vam em moto som muito abundantes em Deli (algúns andam com gas natural) e algum bairro de Kolkata. Rikxas adaptados som utilizados tambem para levar mercadorias variadas e, mesmo macetas com formosas flores. Que aquí, todo um paraíso, abundam mesmo no inverno.

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