Opinión

SOMOS PARTE DA TERRA E ELA É PARTE DE NÓS

A Terra nom pertence ao homem, senom o homem à Terra', declarou em 1854 o líder da tribu índia Suwamish de Seattle, no noroeste de América. Quando o 'Grande Chefe Branco' de Washington, que naquela altura era o presidente Franklin Pierce, queria comprar um bom punhado de ricas terras índias. A carta que o chefe índio lhe enviou ao chefe branco em resposta está considerada como o manifesto ecologista mais formoso e acertado da história. E vem a conto porque, desde 1970, o dia 22 de abril celébra-se em muitos lugares do planeta o Dia Internacional da Mãe Terra, que no seu momento promoveu o ecologista americano Nelson. Para criar uma consciência comum aos problemas da contaminaçom, a conservaçom da biodiversidade e outras preocupações ambientais relacionadas com a protecçom do Planeta Azul. Mais tarde, quase desde o começo, a ONU apoiou a celebraçom desta data, onde na sua sede de Nova Iorque, com o equinoccio, sona o Sino (Campá) da Paz. O manifesto ecologista acima citado, lindo de verdade, pode ser consultado e lido entrando na internete. Sem embargo, quero hoje comentar algúns dos seus mais formosos e significativos treitos. Deixo que fale o índio suwamish: 'Somos parte da Terra e ela é parte de nós. As olorosas flores som as nossas irmás, o cavalo, o coelho e a lebre, a majestuosa âguia, som nossos irmãos. Os picos das rochas, as ervas das pradeiras, o calor do corpo do cavalinho e o homem, todos pertencem à mesma família'. Eis uma forma poética de dizer que todos os seres vivos formam uma cadeia inter-dependente.'Os rios som os nossos irmãos, eles calmam a nossa sede. Os rios levam as nossas canoas e alimentam os nossos filhos, se vos vendemos as nossas terras, deveredes lembrar e ensinar a vossos filhos que os rios som os nossos irmãos e irmãos vossos.; deveredes em diante dar aos rios o trato bondadoso que dariades a qualquer irmão' (...)'O homem branco trata à sua mãe a Terra, e ao seu irmão, o céu, como se fossem cordeiros e contas de vidro. O seu insaciável apetite há devorar a Terra e deixar há tras sua só um deserto. Nom o compreendo. A nossa maneira de ser é diferente da vossa' (...)'Os índios preferimos o suave som do vento que acarícia o rosto do lago e o olor do mesmo vento, purificado pola chuva do meiodia ou perfumado pola fragância das ârvores. O ar é algo precioso para o homem pele vermelha, porque todas as cousas compartem o mesmo alento; o animal, a ârvore e o homem. O homem branco parece nom sentir o ar que respira' (...)'Consideraremos a vossa oferta de comprar as nossas terras. Se decidimos aceitá-la, porei uma condiçom: que o homem branco deverá tratar os animais destas terras como irmãos' (...)'Todas as cousas estam relacionadas entre sim' (...)'Devedes ensinar isto a vossos filhos: que a Terra é a nossa mãe e tudo o que lhe afecte à Terra, afecta aos filhos da Terra. Quando os homens cuspem no chão, cúspem-se a sim mesmos' (...)'Se continuades contaminando a Terra, alguma vez morreredes polos vossos próprios desperdícios'. E ao final se pergunta: 'Onde está o espeso bosque? Desapareceu. Onde está a âguia? Desapareceu. Assim termina a vida e começa o sobre-viver'


Aparecem neste belo discurso os elementos fundamentais para a vida: a água, o ar e a terra e a inter-dependência entre todos os seres vivos do mundo vegetal e animal. A água, bem prezado do que tam só no planeta hoje é aproveitável para o consumo humano o dous por cento da que existe, porque nom paramos de contaminar rios, lagos e mares. O ar, que nom o notamos, mas, se falta, morremos. A terra que, ademais das catástrofes naturais, como a última do Japom, nom a tratamos como verdadeira mãe que é, queimando os seus bosques e fragas e fazendo talas indiscriminadas, sem dar-nos conta da importância vital das ârvores. Aí está o último atentado da tala de carvalhos na fraga de Cecebre, que tam bem cantou no seu livro O bosque animado, Fernández Flórez. Por todo isto, desde as escolas, e desde a terceira escola dos médios de comunicaçom social, temos que dar a conhecer a crianças e jovens a Carta da Terra, para que se cumpram os seus quatro princípios básicos: Respeito e cuidado da vida, Integridade ecológica, Justiça social e económica e Democracia, nom violência e paz.

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