Opinión

POR UMAS NAÇÕES UNIDAS AUTÊNTICAS

A atual crise global planetária nom só é económica, para os que menos têm e nom para os ricos que cada vez mais poseem. É tambem uma grande crise de valores humanos em todas as sociedades, religiões e culturas. Onde a corrupçom campa como nunca. Onde existem infinidade de máfias de todo tipo : das armas, das drogas, das medicinas, das tabaqueiras, das petroleiras, do comércio com seres humanos, e até dos alimentos. Onde o respeito polos direitos humanos, pola educaçom e pola saúde é cada vez menor. Com este panorama chegamos a tal ponto que o mundo pode explorir em qualquer momento. Ou com uma terceira guerra mundial,ou com uma grande revoluçom, se todos os cidadaos se levantam contra os poderes anti-democráticos, bancos, mercados e outros, que dominam o mundo e a maioria de governos e países. Cada dia que passa é mais necessária a refundaçom de umas novas Nações Unidas mais autênticas. Porque poderes económicos de caráter global e origem nom democrática, que governam o processo mundial, e o europeu em concreto, nom deixam que os poderes democráticos sejam capazes de subordinar os seus interesses particulares ao interesse comúm e geral dos cidadaos do mundo.


Se fazemos um pouco de história, temos que lembrar que, após a primeira grande guerra, polo tratado de Versalhes, o 28 de junho de 1919 foi criado um organismo internacional com o nome de 'Sociedade de Nações', para estabelecer as bases para a paz e a reorganizaçom das relações entre as nações. Na sua primeira assembleia celebrada em Genebra o 15 de novembro de 1920, participaram representantes de 42 países. Todos os comités da paz dependentes deste organismo estuveram presididos polo meu admirado Robindronath Tagore, até 1941 em que faleceu. De que ao final primam os interesses particulares e privados sobre os gerais, provocando guerras para acadar o poder, é um claro exemplo o feito de que o 18 de abril de 1946 esta Sociedade internacional foi disolta, dado que nom foi capaz de cumprir aquilo para o que prioritariamente fora criada : impedir por todos os meios que houvesse mais conflitos bélicos, e entre eles o mais terrível : o que todos conhecemos como Segunda guerra mundial, do eixo Berlim-Roma-Tóquio, contra os chamados 'aliados'. Uma vez terminada esta, depois de milhões de mortos no conflito e nos numerosos campos de concentraçom, o 24 de outubro de 1945 fúnda-se, por 51 países do planeta, em S. Francisco-Califôrnia, a ONU (Organizaçom das Nações Unidas), que tem a sua sede principal em Nova Iorque. A ela pertencem no momento atual 192 estados, praticamente todos os países soberanos internacionalmente reconhecidos. Em Genebra está a sua segunda sede. Quando falamos da ONU temos que falar na sua atuaçom desde 1945 de luzes e de sombras. De luzes, em atuações levadas a cabo pola UNESCO (com sede em París), pola UNICEF em muitos países, por fazer cumprir a declaraçom internacional dos direitos humanos e dos das crianças, pola assistência humanitária em catástrofes naturais, pola consecuçom, infelizmente parcial, dos objetivos do Milénio, algúns aínda nom conseguidos, como é o caso de erradicar a fame e a pobreza, lograr a educaçom primária universal e impedir conflitos bélicos nos países membros. As sombras estam mais precisamente no que acabo de resenhar, no de impedir o comércio vergonhento de armas, o do narcotráfico, o do controlo dos alimentos e das medicinas, o tabaquismo e o tráfico de pessoas. E de que os conflitos bélicos continuaram proliferando em numerosos lugares de países membros, o que nom deixa de ser paradoxal : Iraque, Lhemem, Afganistam, Sudam, Somália, países árabes do norte, etc.


Considero que a ONU está fracasando em muitos destes temas pola deslealdade de muitos países e dos seus governos, porque nom se eliminou o veto de algumas das nações, que podem impedir que vaia adiante um acordo que seria bom para o mundo e, especialmente, porque existe uma grande desproporçom nas aportações económicas dos países ao orçamento geral da ONU. Se quem manda mais é o que mais dinheiro pom ao mesmo, basta olhar que USA aporta o 22 %, Japom quase que o 20 %, Alemanha o 8 %, Reino Unido e França, cada um o 6 %, Itália o 5 % e pouco significativos os demais. Onde estam Rússia, Índia, China, Brasil, Australia, Angola e África do Sul nas suas aportações, que som países emergentes? Na atualidade as condições internacionais de quando se criou a ONU som muito diferentes, com problemas novos e novas formas, com outras ameaças. Por isto é muito urgente reformular este organismo, no que tenham mais voz países que hoje nom o têm, e o reparto do orçamento seja equitativo e nom sesgado, e se elimine o direito a veto que existe agora. Estas novas Nações Unidas deveriam ter como objetivos prioritários os seguintes :


1.-Loita clara e decidida contra o narcotráfico em todo o planeta.


2.-Idem contra o comércio das armas e a favor da paz e o desarme total. E, em especial, contra as armas biológicas e químicas e a proliferaçom das armas nucleares.


3.-Idem contra todo tipo de terrorismo, tanto dos Estados como das contras.


4.-Parar a degradaçom do meio ambiente com alternativas reais e positivas.


5.-Loita contra todo tipo de pandêmias no mundo e controlo real do mercado de medicinas.


6.-Desenvolvimento de uma educaçom primária geral e gratuíta em todos os países e a favor da igualdade da mulher em todas as ordens.


7.-Criaçom dum Banco Mundial de Alimentos, para impedir que o seu controlo acabe nas 4 companhias que hoje dominam quase o 75 % dos mercados.


8.-Elaboraçom dum Plano real e construtivo das migrações no mundo, para impedir todos os problemas que existem hoje, e se respeitem os direitos humanos das pessoas que têm que emigrar.

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