Opinión

Universidades de Gallaecia

Nunca é tarde se a dita é boa, diz o provérbio popular. O passado dia 19 de fevereiro reuníram-se no reitorado da Universidade do Minho, na cidade de Braga, os seis reitores das universidades públicas de Galiza e Norte de Portugal. As universidades de Vigo, Corunha, Compostela, Porto, Minho e Tras-os-Montes-Alto Douro (UTAD), representam o ensino superior das cidades importantes da antiga Gallaecia dos romanos. Por fim, depois de séculos e décadas, as universidades dam-se conta do importante que é caminhar de maos dadas, num território que tem em comum a história, a língua, a natureza e a cultura. Isto já tinha que ser feito quando Espanha entrou na Uniom Europeia. Aproveitando agora que o MEC espanhol apresenta um borrador de Real Decreto ao Conselho de Universidades Espanholas, no que se contempla a possibilidade de compartilhar titulaçoes com universidades estrangeiras (as portuguesas para nós nom som estrangeiras!), os reitores galegos e portugueses vêm de colocar a primeira pedra, num intercámbio universitário que, estamos seguros, vai ser enormente positivo. E vai tirar pola borda infinidade de pre-conceitos e erros cometidos nos últimos tempos, especialmente no tema do nosso idioma internacional e comúm. Baixo a direcçom de Carlos Ferrás já foi criado o CEER, que é o Centro de Estudos Eurorregionais, com um padroado integrado polos reitores das universidades galego-portuguesas antes citadas.

Na histórica juntança mencionada, por consenso de todos, tomaram-se os seguintes acordos :

1.-Os títulos de Máster e Doutoramento vam ser expedidos e cursados polas seis universidades de Galiza e Norte de Portugal, criando assim uma importante “Eurorregióm do Conhecimento”.

2.-A primeira titulaçom compartida há de ser a de Ciências Marinas e Nanomedicina.

3.-Dentro de três anos, prévia a elaboraçom e aprovaçom oportuna dos planos de estudos respeitivos, vam-se compartilhar entre as seis universidades os títulos de pósgrau.

4.-Vai-se iniciar o desenho do Programa de Mobilidade Eurorregional para os estudos de pósgrau, de forma que os estudantes possam estar estudando numa das seis universidades que o desejem durante um semestre. Ademais vai-se potenciar o programa I+D+Formaçom nas seis universidades.

Estes importantes acordos para as nossas universidades da Gallaecia, deveriam ampliar-se no futuro a outras titulaçoes como as de grau do plano Bolonha, às práticas dos estudantes a realizar no lugar do território que desejem, aos intercámbios culturais e desportivos e à organizaçom itinerante de congressos, encontros e simpósios de todo tipo de temáticas. E a modificar de uma vez por todas, o que já é hora, a aberrante grafia foneticista da língua galega, optando pola norma internacional, lusófona e etimológica do nosso comum idioma. O que nom será nada fácil, depois da toma de pose como presidente da academia galega, do maior anti-lusista que existe na Nossa Terra. Será também importante o desenho dum melhor mapa de comunicaçoes por comboio e auto-carro entre todas as cidades galegas e portuguesas do Norte. E que o actual governo da Galiza tome em sério este projecto tam importante de relacionamento educativo e investigador entre as nossas universidades, que parecem demonstrar que por fim deixam de mirar-se ao próprio embigo.

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