Opinión

Os valores didácticos do Teatro

Seguindo o costume das últimas décadas de comemorar ao largo do ano dias mundiais dedicados a diferentes temas, o dia 27 de março celébra-se o ‘Dia Mundial do Teatro’. Esta vez queremos aproveitar para sensibilizar à nossa sociedade sobre a importáncia que o teatro tem em muitos aspectos da vida e na personalidade dos seres humanos. Tanta que aínda hoje nom compreendemos bem como nom está generalizada a actividade teatral nos centros de ensino. E como nom tem um lugar preeminente no currículo e nos tempos escolares. A expressom dramática é sem dúvida alguma, a actividade mais completa que existe. Abrange todas as expressoes possíveis do individuo. A verbal em primeiro lugar, tanto oral como escrita, como literária e comunicativa. A plástica, ao ter que desenhar decorados, trajos e disfrazes. A musical, cuando a escenificaçom tem fundo musical e, por vezes, os actores se expressam cantando. A corporal ao ter que pôr em funcionamento todos os membros do corpo, braços, pernas, cabeça, rosto, maos e pés. Também a mímica, a psicomotricidade, o domínio do esquema corporal, o prazer de jogar... O teatro é ademais, a actividade lúdica mais extraordinária que existe e todos devemos saber que nom há, para crianças e jovens, actividade mais educativa e completa que jogar.


Por se fora pouco, a expressom dramática tem um alto valor propedeútico e terapeútico. Gregos e romanos na antigüidade clássica utilizavam o teatro como terâpia. Por médio do teatro nas aulas podemos resolver pequenas necessidades educativas especiais: algúns tipos de dixléxia, problemas de fala, introversom e timidez. Podemos favorecer o nascimento de habilidades sociais, habilidades para relacionar-nos e comunicar-se e inter-actuar, para respeitar as diferências, para adquirir valores humanos como a tolerância, a solidariedade e a identificaçom com os outros. Para a adquisiçom da auto-estima e a superaçom de variados complexos. De passo o teatro na escola também serve para trabalhar todas as áreas transversais, para fomentar a criatividade, para ensinar a utilizar o tempo livre de forma adeqüada, para aprender a cooperar trabalhando em grupo e para adquirir conhecimentos variadíssimos: literários e de idiomas, da cultura própria, éticos, artísticos, biográficos, históricos, etc. Por isso perguntamos: existe alguma outra actividade educativa tam valiosa e tam didáctica como o teatro? Pedagogos e educadores tam insignes como Giner e Cossío da ILE, Tagore, Milani e Don Bosco tinham muito claro o valor pedagógico do teatro e o levavam à prática nas suas escolas. Como esse nosso grande educador que foi Andrés Manjón, que nas suas escolas granadinas do ‘Ave Maria’ ensinava por médio de dramatizaçoes e jogos dramáticos. Igual que, no seu dia na escola anexa de Ourense fazia o excelente mestre José Caseiro, do que muito aprendimos nós. Como também no Instituto Laboral de Lalim, onde se fomentava muito o teatro. Aínda lembramos com carinho que, na nossa primeira escola como mestre, a número 5 de Ourense em Marinhamansa, em 1969, representamos com os nossos estudantes a peça de Tagore ‘O Carteiro do Rei’. Igual que lembramos a Segundo Alvarado, e este nosso artigo é uma homenagem à sua pessoa, o estupendo labor teatral que durante muitos anos desenvolveu na nossa cidade, deixando uma colheita humana difícil de superar.


Quando viajamos a Portugal admiramos o nosso país irmao em língua e cultura, porque em todos os centros de ensino organíza-se teatro. Por mestres que o aprenderam antes na Escola Normal, na sua formaçom inicial de docentes. Polo contrário, aquí na Galiza, nos últimos quatro anos, directora e subdirectora gerais de inovaçom (?), com uma gestiom nefasta, sectária e estaliniana, nom foram capazes pola sua ineptitude, de pôr a andar um projecto para extender a prática teatral a todos os colégios da comunidade. Projecto que teria que incluir o teatro de títeres, marionetas e fantoches, o mimo, o teatro lido e representado, o teatro de sombras, o teatro popular e cómico, as farsas, os jogos dramáticos e as dramatizaçoes de contos, lendas e temas redactados polos estudantes. Recuperando também o teatro de Jenaro Marinhas, Manuel Maria, Dieste, Blanco Amor e, entre outros, Manuel Lourenço.


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