Opinión

VARIEDADE DE ANIMAIS NA BENGALA INDIANA

Para quem goste dos animais recomendo eu que venha alguma vez à Índia e, especialmente, a Bengala. No seu momento escreví um artigo para o nosso diário sobre os numerosos e lindos pássaros que aquí existem. Aos que se lhes sumam as aves migratórias que escapam da invernia das estepas da Sibéria durante o inverno, e vêm a pernoctar aquí na Santiniketon de Tagore, num formoso lago situado tambem ao lado mesmo de uma fraga onde moram numerosos cervos. Quando vas polas manhás por estradas e caminhos de Bengala, nas suas beiras, sempre encontras dous pássaros chamados salik, de pico marelo e plumas pretas. As brancas só podem ver-se quando voam. Se ves dous juntos é síntoma de boa sorte. O normal é olhar dous, pois se só ves um podes esse dia ter problemas, como nos comentam os bengalís. Que tambem acreditam em que o moucho que chamam pecha, se se vê, traz sorte. Aquí é normal ve-lo de noite e, de seguro, escoita-lo cantar, com o seu especial canto. Mas do que hoje quero falar é dos outros animais e da sua grande variedade. Para um ocidental como eu resultam muito atractivos os animais que na Galiza nom temos. Entre eles está o elefante, que abunda noutras partes da Índia mais que em Bengala. E, por suposto, os monos que dam um verdaeiro espectáculo, e aquí onde me encontro há muitos. Normalmente vam em grupo e saltam nas ârvores de pola em pola, mas tambem polos telhados e terraças das casas. Por isso aquí todos fecham portas e janelas, pois podem entrar nos quartos e fazer estragos. É muito importante saber tratá-los e nunca provocá-los. Resulta muito simpático ver como desde os altos se burlam dos cães que lhes ladram e nom podem chegar onde eles estam.


É muito normal encontrar nos parques, entre as pessoas, monos que se sentam imitando os seres humanos, e algúns até brincar com eles. Nom gostam de que se lhes tirem fotos, polo que há que fazé-lo sem que o notem. Nas aldeias Santales (na zona de Santiniketom existem muitas) olhas continuamente dia e noite numerosos animais, a maioria domésticos. Muitos galos e galinhas com os seus pitinhos. Jabaríns de côr preta (poucos brancos), que aquí som domésticos. Ver como amamantam as suas crias é tambem um espectáculo. Há uma grande variedade de cabras e cabritos de todas as cores e muitos patos. Polas ârvores subem muitíssimos esquios que aqui chamam kachbirali e, se te descuidas, entram polas janelas à procura de comida. Entre os anfíbios e reptís há sapos e sobre todo rás e píntegas. Tambem lagartos e lagartixas e cobras, algumas muito perigosas, sobre tudo na época das chuvas. As serpentes venenosas têm causado bastantes mortes, sobre todo de crianças. Existem gatos, mas surpreendentemente nom se vem tantos como na Nossa Terra. O que sim há é numerossísimos cães, quase todos de palheiro e sem dono. Sem embargo som muito mais educados que os nossos com dono. As vacas, que som sagradas, som a verdadeira vida da Índia, polo leite saboroso que dam (do que se elabora um riquíssimo requeijom artesanal e o leite maçado que me lembra a minha infância na Corna e nos Arneiros). Das vacas, menos a carne, aproveitam os indianos todo, mesmo a sua bosta para o fogo das cozinhas. Tiram de arados, carros e de muitos utensílios e agrades. Tambem há bastantes búfalos e o leite da búfala é muito saboroso. Uma noite de lua cheia escoitamos oubear o lobo, que aquí chamam sial. O que nom vim aínda foi o raposo. Para o final deixo o famoso tigre de Bengala, merecedor mesmo de um selo de correios muito popular. Mora na selva do Sanderbans, situada no delta do rio Ganges, entre as duas Bengalas, a oriental e a ocidental. Nom quero terminar sem comentar o bem que aquí as pessoas respeitam a vida dos animais. Isto notá-se ao ver que nom têm medo e nom escapam dos humanos. E comentar tambem que é um verdadeiro prazer ver como continuamente nascem animais, que quase os ves nascer. Igual que ves medrar as flores e as plantas. Porque Bengala é um verdeiro vergel. Que com raçom cantou o nosso Camões em Os Lusíadas.

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