Opinión

A cidade da cultura da Galiza

Deve ser o destino no que acreditam os indianos, pois o mesmo dia no que se cumpriam os 125 anos do nascimento do nosso Vicente Risco, tivem eu a sorte de poder conhecer em vivo e em directo os edifícios próximos a terminar da Cidade da Cultura da Galiza. Desenhada polo excelente arquitecto americano de origem judaica, Peter Eisenman, tenho que confessar, com verdadeira alegria pola minha parte, que venho realmente asombrado, em senso muito positivo, da magnitude e brilhantez do construido até agora.


Nomeadamente a que vai ser a nossa biblioteca nacional, a hemeroteca e o arquivo. Que vam entrar em funcionamento no próximo ano. Acho que seria muito interessante para derrubar absurdos prejuiços, pre-conceitos e apriorismos, convidar aos galegos e galegas a que visitem aqueles espaços. Do que vai ser nas próximas décadas o mais extraordinário espaço cultural da Nossa Terra. Com verdadeira projecçom mundial. Era já hora de que o nosso povo, que desde séculos pode disfrutar das nossas catedrais, de formosos edifícios em todas as cidades, da Torre de Hércules corunhesa, dos nossos castros e monumentos megalíticos, possa sentir-se agora orgulhoso duma magna obra contemporánea. Que, estamos seguros, vai ser admirada por todos os que de todos os continentes visitem a nossa Galiza linda.


Durante os últimos tempos estamos observando, lendo e escoitado, infinidade de opinioes negativas sobre este magno projecto cultural galego. Mesmo há um jornal de nome totalmente inadeqüado, que desde há muito estabeleceu uma autêntica cruzada contra do projecto. Aproveitando o que sempre o povo galego teve de negativo : o cainismo, os localismos, o minifúndio mental (manifestaçom do minifúndio campestre), o individualismo, o sectarismo, a insolidariedade, as invejas e o nom conceber que Galiza possa ter projectos dignos e de magnitude universal. É o mesmo que aconteceu nos anos oitenta com a nossa língua. Fechá-la ao mundo com uma norma artifical e localista (de aí vem o nome de isolacionismo). Que nom pode, por errónea, ultrapassar as raias secas e húmidas, e impedir que seja internacional, tal como na realidade é. Eu, particularmente, estou asombrado de escoitar opinioes tam peregrinas, muitas vezes pronunciadas sem conhecer a realidade do projecto iniciado no ano 2000 em Compostela. Mas, com uma visom de que seja um projecto cultural integrador. Que cuide o que é nosso, a nossa cultura própria, e que se abra tambem ao mundo. Como deve ser nos tempos que nos toca viver.


Na minha visita ao complexo do monte Gaiás, estivem acompanhado por, entre outros, o director de Casa Asia, Jesús Sanz, a bibliotecária da mesma, Oihana Montilla, vindos de Madrid e Barcelona respeitivamente. Os que voltaram para as suas cidades muito impressionados. Tambem pola nova gerente da fundaçom Sílvia Domínguez, argentina de Rosário, de família ourensana. Polo Secretárioo Geral da Conselharia de Cultura António Fernández-Campa. Polo asesor cultural e poeta lucense Luís Valle e polo director da biblioteca e hemeroteca, o ferrolano Daniel Buján. Que nos causou uma gratíssima impressom. Polos seus conhecimentos, a sua profissionalidade e, muito especialmente, a sua sensibilidade bibliográfica e o seu grande amor polos livros.


A aqueles galegos derrotistas e hipercríticos mando-lhes aquele formoso texto de Vicente Risco que diz : ‘Ti dís: Galiza é bem pequena. Eu dígo-che: Galiza é um mundo. Cada terra é como se fora o mundo inteiro. (...) Do grandor do teu espírito depende tudo. (...) Se o teu pensar se detem na códia das cousas, nom digas tampouco: Galiza é bem pequena; es tí, que nunca jamais poderás conceber nada grande’.


Em próximos artigos escreverei sobre o que penso devem ser os conteúdos da nossa Cidade da Cultura. Que é de toda Galiza no mundo.


(*) Professor Numerário da Faculdade de Educaçom de Ourense

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