Opinión

DE COMPUTADORES E PROFESSORES

Depois do que injusta, inmerecida e imoralmente está a cair nos últimos tempos sobre os professores, e especialmente sobre os docentes de educaçom infantil e primária da Nossa Terra, gostaria comentar uma experiência que teve no passado mes de fevereiro na escola tagoreana de Santiniketon na Bengala indiana. Como todos os meus leitores sabem, desde 2002 moro no campus da escola nova de Tagore por volta de três meses durante o nosso inverno, e este ano foram cinco. Ademais de pescudar sobre o grande educador, escritor, pintor e músico, no seu Museu, Arquivo e Biblioteca, quando me apetece vou estar nas aulas ao ar livre, debaixo de árvores centenárias, com os alunos, todos eles alegres, educados e com interesse por aprender. Um dia vou às aulas de infantil e outro às de primária, e tambem às de secundária. Muitas vezes acudo, porque me convidam, com eles aos seus passeios e excursões escolares, que chamam 'picnic', que realizam cada mes a lugares próximos. Assim mesmo, estou nas aulas das diferentes faculdades e, especialmente, nas de belas artes, jornalismo, magistério, música, teatro e dança. Sempre visito em Sriniketon as aulas de artesanato e a granja-escola, localidade próxima pertencente, como todas as escolas de todos os níveis educativos, à universidade internacional de Visva-Bharoti ('Sabedoria universal').


O meu comentário vai esta vez para o que me aconteceu na aula de crianças de 8 anos em primária, ao lado do coraçom de Santiniketon, onde no seu dia meditavam Tagore e seu pai. Com a sua agradável curiosidade, perguntavam-me por temas relacionados com o meu país : as comidas típicas, as festas, as cidades mais bonitas, os nomes e apelidos das pessoas (este é sempre um tema que interessa aos indianos), os jogos e brinquedos dos rapazes e tambem os selos de correios, dos que sempre levo usados em quantidade, pois todos os rapazes têm o seu album para coleccionar. Como sei um pouco de Bangla, o seu idioma, o básico, já me entendo com eles. Sempre terminam por perguntar-me sobre como som aquí as escolas. Comento-lhes que têm comedores, transporte escolar gratuito e salas de computadores. Ficam asombrados polo que lhes conto, pois nas suas os que podem vam nas suas bicicletas, levam a comida da casa numa tarteirinha para comer nos recreios, uma pequena carteira para os livros, cadernos e lápizes, e uma pequena esteirinha para sentar-se no chão. Diante deste panorama comparativo eu quero fazer-lhes ver que, com tudo, prefiro a sua escola ao ar livre. Na que os pássaros cantam nas ponlas e de quando em vez baixam ao chão sem escapar, porque todos os respeitam. Na que as crianças estam alegres e têm curiosidade. Pois é uma escola que tem vida, uma escola que tem alma. As crianças entendem a minha mensagem e concordam que a sua escola é melhor que a nossa, que tem de tudo, e recursos tecnológicos em excesso, que terminam por anular o mais importante que existe nas aulas : os seres humanos, que som os mestres e os alunos.


Por isto é um crime de lesa pátria tudo o que está a acontecer contra os docentes da nossa comunidade autónoma e, tambem, doutras comunidades de Espanha, pois é uma desacertada política que se coze noutros lugares. E as nossas autoridades educativas nom som mais que meros executores de políticas retrógadas contra a educaçom. Contra os nossos mestres, que os enfrontam triste e gravemente contra mães e pais. Que nom som tratados como o que realmente som: a verdadeira 'alma' da escola, em formosas e acertadas palavras de Giner e Cossío. Qué longe ficam as lindas palavras deste último grande pedagogo : 'Gastade, gastade nos mestres'! Eu bem sei que o meu amigo, e atual conselheiro, Jesús Vázquez, neste tema é um mandado. Mas está equivocado, porque o mais importante do ensino som os mestres, e se há que recortar há muito onde, e nom nos docentes. Mais, quando lemos o insultante titular de que 30 mil nenos galegos vam ter computador portátil. Inexplicável. Este nom é o caminho certo.

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