Opinión

REINTEGRACIONISMO, ALTERNATIVA DE FUTURO PARA A LÍNGUA

Eu som um reintegracionista convencido e tenho a sorte de poder escrever na norma internacional do galego. Porque La Región é um dos poucos diários galegos que respeita a liberdade de expressom dos seus colaboradores. Este respeito do nosso diário agradecerei-no de por vida. Mas, qué é o reintegracionismo lingüístico? Ser reintegracionista autêntico, em primeiro lugar, é estar a favor de todas as línguas e em contra de loitas estéreis artificiais e artificiosas. Um bom reintegracionista ama todos os idiomas e respeita os seus falantes. Em segundo lugar, o reintegracionista acredita no que já defendiam os grandes filólogos da Romanística, como Menéndez Pidal, Azevedo Filho, Lindley Cintra, Joan Coromines, Stegagno Picchio, António Houaiss, Rodrigues Lapa, Lázaro Carreter, Blecua, Carvalho Calero ou, entre outros, Sanchis Guarner. Todos eles, por unanimidade, defendiam que galego e português eram a mesma língua e a única diferença estava nos sotaques ou acentos. Igual que acontece com o castelhano dos países que o têm como oficial no mundo, com uma única norma ortográfica para falares diferentes e diversos.


O reintegracionismo lingüístico galaico defende que o nosso idioma pertence ao tronco lingüístico luso-brasileiro e, por isto, deve usar a norma ortográfica comum. Nom só por razoes filológicas e científicas. Tambem por razoes económicas e de senso comum. Eu cheguei a este convencimento por ter lido muito sobre o tema, e por ter lido, especialmente, a Risco, Castelao, Biqueira, Vilar Ponte, Dieste, Blanco Torres, Bouça Brei, Lapa e Guerra da Cal. Tambem por ter conhecido, por sorte, de forma pessoal a D. Ricardo Carvalho Calero, ao que sempre admirei e apreciei. Como aprécio a Isaac Estraviz, Monteiro Santalha e Carlos Duram, meus amigos, grandes galegos e autênticos reintegracionistas.


Sem embargo, um feito que me aconteceu um dia na cidade galego-portuguesa de Braga, alá polo ano de 1982, foi um momento no que mais se me abriram os olhos para abraçar o reintegracionismo. Levava conmigo um livro escrito na ortografia foneticista e isolacionista, imposta desgraçadamente por decreto. Ao meu lado estava um professor da Universidade do Minho, que se pus a ler dito livro. Ao pouco coménta-me : 'Mas, este livro está escrito em português, infelizmente com muitas gralhas (faltas de ortografia)'. Um docente do país irmao acreditava que aquilo era português! O mau era que tinha muitas faltas ou gralhas e, as mais graves, os acentos e o nom respeitar a etimologia das palavras.


Hoje, cada vez mais, nom entendo porque nom se da o paso na Galiza para escrever o nosso idioma na norma internacional. Que nos abre um mundo imenso para o nosso idioma. Os das portas que temos, nom só em Portugal, tambem no Brasil, na África, na Ásia e na Oceania, onde existem países com idioma oficial galego-português. Se díssemos o paso, seria a Nossa Terra a comunidade mais rica em idiomas de Espanha. Com dous tam importantes como o galego e o castelhano. Nom quero esquecer-me de dizer que o reintegracionismo nom é algo recente. Já Murguia e Tettamancy, dous dos criadores da Academia Galega, o defendiam. Infelizmente, hoje manda, com a sua guarda pretoriana, nesta Academia, um furibundo anti-reintegracionista. Grande contradiçom e um autêntico perigo para que o nosso idioma tenha futuro, pola sua dimensom, utilidade e extensom na Terra.


Uma pequena antologia de textos a favor do que antes asertamos poderia ser a seguinte : 'Podemos dizer com verdade que nunca, nunca, nunca pagaremos aos nossos irmaos de Portugal (?), sobre todo que tiveram feito do nosso galego um idioma nacional' (M. Murguia). 'Verbo do gram Camoens, fala de Breogam!' (E. Pondal). 'O seu idioma (dos portugueses) é o nosso, e tais som as suas afinidades, que em nada diverge do galego, pola sua estrutura, pola sua fonética, pola sua fraseologia..., só que os portugueses o civilizaram' (F. Tettamancy). 'O galego, nom sendo uma língua irmá do português senom uma forma do português (como o andaluz do castelhano), tem-se que escrever pois como português' (J.V. Biqueira).


'O galego e o português som duas formas dialectais do mesmo idioma' (Vicente Risco). 'Galiza consdidera o português como o galego nacionalizado e modernizado. Mentras viva o português, o galego nom morrerá' (A. Vilar Ponte). 'A nossa língua floresce em Portugal' (Castelao no seu Sempre em Galiza). Finalmente, o nosso grande ourensano Don Ramom Otero Pedraio chegou a dizer de forma lapidária : 'Galiza, tanto etnográficamente e desde o aspecto lingüístico, é uma prolongaçom de Portugal; ou Portugal é uma prolongaçom da Galiza, o mesmo dá'. Muitos dos actuais acadêmicos, com o seu presidente à cabeça, parece que nom tenham lido frases tam formosas e tam acertadas.

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