Opinión

Sensibilidade da artista Tita Castro

Conheço a Tita Castro, colaboradora habitual do nosso diário, desde há muito tempo. Sempre assistia às nossas Jornadas do Ensino e nunca faltava às excursoes das mesmas que organizavamos como feche no último dia. A Porto, Guimaraes, Braga, Vila Real, Corrubedo, Corcubiom, Rianjo, Pontedeume, S. Andrês de Teixido, Monforte e outros muitos lugares da Nossa Terra e da Terra Irmá de Portugal. Paquita, que é como sempre a chamamos os amigos que a apreciamos, era nestes roteiros culturais a maior animadora. Pois sempre gostou das cantigas e provocava com a sua doce voz um grande prazer ao escoitá-la cantar. Eu sempre gostei do seu verbo cálido e agradável, parándo-me a falar com ela de forma socrática, muitas vezes na rua do Passeio e no Parque, ao regresso das minhas aulas da Facúltale. A sua serenidade, a sua sensibilidade, a sua alegria e, especialmente, a sua bondade de coraçom, sempre foram muito reconfortantes para mim.


Confesso, sem embargo, que até que inagurou no Simeóm a sua última mostra artística, baixo o título de 'Como a vida mesma', nom conhecim eu as suas múltiples facetas artísticas. Por ser uma pessoa humilde e nada dada às vanidades humanas, todo o seu excelente labor criativo ao largo de muitos anos era para mim desconhecido. E suponho que para muitas outras pessoas, que a ham de conhecer só como articulista do nosso diário, onde leva publicados abundantes e interessantes artigos. Hoje sei que Tita, nome familiar que me lembra, nom sem nostâlgia, o da mae da minha esposa Ana, que nom tivem a sorte de conhecer por falecer muito nova, tem a sensibilidade profunda de uma grande artista. Nom só cultiva a literatura e a música dos seus cantos. Tambem a pintura e a escultura, para as que tem profundas qualidades criativas e expressivas. Tampouco sabia eu que Tita estudara magistério, para ser professora de EGB, experta em cerámica e diplomada em modelado. Tambem grande especialista em restauraçom de imagens e outros motivos, professora de cursos de cerámica no centro 'Santa Mª de Europa' e autora da escultura que representa a S. Martinho, padroeiro da nossa cidade, que está situada na ornacina da fachada do governo militar da rua do Passeio.


Sobre Tita Castro, baixo o título de 'Arte e graça do modelado feminino', escreveu um formoso artigo Alejandro R. Veiras em El Pueblo Gallego de Vigo o 13 de março de 1976. Entre as suas muitas exposiçoes e mostras realizadas da sua obra na Galiza e fora da Nossa Terra, quero destacar as levadas a cabo em Vigo no Círculo Mercantil, do 15 ao 25 de março de 1977, em Lugo na sala de arte da Deputaçom Provincial em dezembro de 1978 e no seguinte ano na sala do Banco de Creto e Inversoes da mesma cidade. Mais tarde, em 1980, expom no Barco de Valdeorras, e nos meses de março e abril de 1981, as suas formosas terracotas, no Liceu de Ourense. Do 2 ao 16 de maio de 1985, com as suas esculturas e terracotas, colheita um grande sucesso na sala da Caixa de Aforros Popular de Valhadolid. Como no seu dia em Compostela, que lembra com carinho, porque vendeu grande parte da obra exposta. Pola sua valia de criadora e artista, participou ademais na Bienal de Pontevedra. Aconselho eu aos meus amigos ourensanos que visitem a mostra das suas pinturas e esculturas que se mantem estos dias aberta no Simeón. Onde temos que destacar especialmente as suas peças escultóricas, que por momentos nos lembram ao nosso grande escultor Failde, e as suas obras pictóricas, nas que aparecem formosos bodegoes ou a nossa linda Praça do Ferro, cheia de personagens, produto da fantasia, originalidade, senso cromático e imaginaçom artística de Tita Castro. Uma artista bondadosa e sensível, que merece o nosso aplauso mais sincero. Por ser alegre, singela e por ser nossa.

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