Opinión

Acordo ortográfico para a lusofonia

O passado dia 7 do presente mes de abril é já uma data histórica para todo o mundo lusófono. Ao que por língua e cultura também pertence Galiza. Na Assembleia da República de Portugal, em Lisboa, teve lugar uma Conferência Internacional sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, com participaçóm de representantes dos diferentes países que no mundo têm como oficial a nossa língua. Por primeira vez, de maneira oficial, os portugueses convidaram a participar a directivos galegos da entidade reintegracionista AGAL. A que, com verdadeiro altruísmo, abriu a representaçóm a outras entidades, como a Associaçóm Cultural Pro Academia Galega da Língua Portuguesa, recentemente constituída, a Associaçóm de Amizade Galiza-Portugal, o Movimento Defesa da Língua e a ASPGP, criada no ano 1978 e presidida por quem suscreve este artigo. Ente outros alí estiveram Alexandre Banhos e Isaac Estraviz, presidente e vice-presidente, respeitivamente, da Associaçóm Galega da Língua. Também Ângelo Cristovao, Xavier Vilhar Trilho, José-Martinho Montero Santalha, Margarida Martíns, Concha Roussia e Manuela Ribeira. Banhos e Cristovao apresentaram sendos relatórios sobre a importância que tem a presença da Galiza, berço da lusofonia, na conferência, comunicando a adesóm de todas as entidades reintegracionistas ao futuro acordo ortográfico. Que se espera será aprovado no par lamento português a princípios de maio e para o que se organizou esta conferência preparatória.


Estamos, por tanto, num momento histórico para a nossa língua, que muito pronto será também de uso habitual na ONU. A hispanofonia tem desde hai muito tempo uma norma comúm para a escrita do castelhano, embora os falares som diferentes em cada lugar. As diferentes academias do castelhano que hai no mundo som um verdadeiro exemplo do que deve fazer-se para a promoçóm e pervivência dum idioma. Em poucos anos o castelhano superará mesmo ao inglés. O galego-português, outra língua muito importante, presente em todos os continentes, necessita como água de maio um acordo ortográfico. Despois de muitos anos parece que Portugal da um passo à frente sumando-se a este acordo. Com polémica e debate, também necessários. A primeira pedra para este acordo já se colocou no Encontro de Rio de Janeiro, celebrado de 6 a 12 de maio de 1986 na Academia Brasileira de Letras, que presidia Antônio Houais. Naquela altura já estivera presente no encontro de unificaçóm ortográfica para a lusofonia Isaac Estraviz, entre outros galegos. Quem suscreve formava parte da comissóm galega para trabalhar pola integraçóm do idioma galego no acordo. Os galegos fumos os primeiros, e quase os únicos, em publicar com a ortografia do chamado Acordo de Rio. Quatro anos mais tarde, esta vez em Lisboa, na Academia das Ciências, presidida por Jacinto Nunes, de 6 a 12 de outubro de 1990, houve outro encontro com presença de uma delegaçóm galega. Pode que o prédio iniciado em Rio se termine de construir agora com o apoio do parlamento português. Para efeitivar este acordo hai uma moratória de seis anos.


Entre outras cousas, este acordo ortográfico para toda a lusofonia, supom a desapariçóm dos grupos cultos ct, cc e pt, como no português do Brasil. Também a simplificaçóm do acento, a desapariçóm de c e p nas palavras nas que estes fonemas nom som pronunciados, e do hífem e o acento circunflexo em bastantes palavras. Ao incorporar k, w e y, o alfabeto passa de 23 a 26 letras.


Mas o que a nós nos preocupa é qué vai fazer o governinho galego e a Academia corunhesa. Até hoje infelizmente de costas viradas a toda a lusofonia. Seguindo ademais com aquele anti-democrático decreto normativo do ano 1983. Data desde a que, como vem de sinalar acertadamente o escritor Caneiro, a política lingüística seguida foi todo um error e um horror na Nossa Terra. Acrecentamos nós que Galiza ou é lusófona ou nom é nada. Tal como também pensava Carvalho Calero e actualmente Diaz Pardo e o empresário Adolfo Domínguez.


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