Opinión

Os examens, sistema antipedagógico

Como todos os anos por estas datas estamos já inmersos no terror dos examens do nosso ensino, universitário, secundário e primário. Um sistema de avaliaçóm racional tem como missóm servir aos estudantes, mais que aos docentes. A avaliaçóm nom pode ser uma barreira para ver quem é capaz de superá-la, senom um modo de fazer consciente o avanço, para saber quando se chegou a um nível e sentir assím a segurança e a satisfacçóm de continuar para a frente. Por isso a auto-avaliaçóm é absolutamente necessária, nos níveis onde se possa usar. É indispensável que o estudante seja sempre objectivamente consciente do seu progresso. Quando o objectivo real é ensinar, a ideia do examem é tam absurda, que inclusivé parece mentira que se lhe ocorresse a alguém. O examem é o produto de considerar a escola primária e secundária e a universidade, como expendedoras de títulos. Ao que Tagore lhe chamava ‘etiquetas’ para os bultos. No que os bultos eram os estudantes e as etiquetas os diplomas e títulos.


Infelizmente, cada dia colhem mais importáncia os examens no nosso sistema educativo. E na universidade o tema termina por ser enfermiço. A maioria dos universitários estudam para o bom sucesso nos examens. Nom para aprender e logo ser bons profissionais nos diferentes contextos do seu trabalho.


Sabendo resolver acertadamente os dilemas do dia a dia, de forma criativa e positiva. Quase nos atrevemos a dizer que a universidade está montada essencialmente nos exa mens. Que na maioria dos casos servem de chantagem aos discentes por parte dos docentes. Quando falamos de examens estámo-nos referindo aos de tipo memorístico e repetitivo, que consideram aos alunos como magnetófonos ou papagaios. Nom nos referemos a outras provas de aplicaçóm prática, criativas, que seguem o modelo da aprendizagem significativa.


Parece ser que os inventores dos examens foram os chineses, para comprovar o grau de memória dos aspirantes a mandaríns, que tinham que conhecer muitos gráficos do seu idioma. No chinês cada símbolo é uma palavra e para lembrá-las hai que ter uma boa memória visual. Ninguêm discute que o examem é um sistema para avaliar aos estudantes. Mas é o pior de todos e desde o ponto de vista didáctico é o mais anti-pedagógico.


Quando falamos de examens, vem-nos à memória o movimento pedagógico mais importante que houve em Europa, a ILE (Instituiçóm Livre do Ensino), criada por Giner e os seus colaboradores em 1876. Funcionou até 1936 e, ademais de nom permitir o uso de livros de texto, no segundo artigo dos seus estatutos figurava que os examens estavam proibidos. Sem examens, e graças à ILE de Giner e de Cossio, os espanhois tuvemos personalidades tam destacadas como os prémios Nóbel Jacinto Benavente, Juan Ramón Jiménez, Aleixandre, Severo Ochoa e Ramón y Cajal. Os literatos da generaçóm do 27 como Lorca, Alberti, Machado e Cernuda. O grande cineasta Buñuel, o pintor Dalí, o pedagogo Luzuriaga e os filósofos Concepción Arenal, Garcia Morente, Biqueira e Ortega.


Giner de los Rios, grande pedagogo, tínha-lhe um grande ódio aos examens, os que considerava funestos para um bom ensino, para educar e para lograr pessoas com ética e íntegras. Por isso, entre outras das suas opinioes, chegou a dizer: os examens som uma prática malfadada. Som muito interessantes os seus artigos Ou educaçóm ou examens publicado no tomo 10 das suas Obras completas. Também Mais contra os examens, que viu a luz em 1882 na revista BILE. Revelador é quando sinala: A supressóm do examem representa o mais profundo cámbio de orientaçóm no ensino e na escola. Quánta razóm tinha Giner! Os docentes de todos os níveis deveriam dar-se conta de que existem outros muitos e melhores modelos para avaliar aos seus alunos e alunas. Incluida a observaçom directa, espontánea ou estruturada.


(*) Professor da Faculdade de Educaçóm de Ourense

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