Pilar Cernuda
LAS CLAVES
Sánchez, cuestionado por los suyos pero inamovible
Nesta semana, os medios de comunicação contrários ao Sr. Sánchez abrem as suas primeiras páginas ou os seus noticiários bem com informações sobre a evolução dos processos penais que têm de enfrentar pessoas do seu círculo familiar ou político, ou bem criticando a má gestão dos seus ministros, atuais ou passados, em casos como o das pulseiras de proteção para mulheres maltratadas ou a falta de controlo dos serviços ferroviários. São temas, sem dúvida, de grande importância social, alguns realmente preocupantes, como o das pulseiras, que revelam não só incompetência e má gestão, mas também uma verdadeira falta de interesse pelos problemas dos mais indefesos, apesar de toda a retórica usada para justificar orçamentos milionários para o Ministério da Igualdade. A comunicação da crise, tentando minimizá-la, também não demonstra muita empatia com as afetadas. A oposição, especialmente a do PP, já que a liderança do VOX tem mostrado, até agora, um perfil discreto, encontrou nelas uma mina de ouro, que parece nunca deixar de oferecer novos temas, para desgastar o governo, e dedica-se a essa tarefa com entusiasmo, como se pode verificar tanto nas suas intervenções parlamentares como em numerosas declarações à imprensa por parte dos seus porta-vozes.
A questão não é fazer oposição a estes temas, o que deve ser feito, mas sim se isso é suficiente para levar a cabo um verdadeiro trabalho de oposição. Imaginemos que o presidente Sánchez não tivesse sido envolvido em grandes escândalos de corrupção, ou que as pulseiras não tivessem causado problemas, mas mantivesse as suas políticas públicas e a sua forma de governar. Tudo estaria bem então? Não há políticas alternativas por parte da oposição? Que medidas concretas seriam revogadas? Não se pode ilusionar o eleitorado apenas com a idea de que, com um novo governo, se manteria mais ou menos o que ja existe, só que melhor gerido e com menos corrupção. Isso pode até ser pior, porque uma má política bem gerenciada multiplica os danos que causa, pois é mais eficaz na sua aplicação. As medidas intervencionistas de Sánchez agora seriam cumpridas, pois o único que se discute é a sua eficácia. O discurso que se ouve é o da «oposição leal», em que o que se critica não é o que se faz, mas a forma como se faz, de tal forma que um futuro governo manteria o essencial das políticas atuais, mas bem executadas. Não cabe maior lealdade ao atual governo.
O PP, ao contrário do VOX, não é capaz de introduzir novos debates na agenda e, se continuar assim, o seu destino poderá ser semelhante ao da direita francesa ou britânica, que, sem um discurso próprio, acabam por ser fagocitadas a médio prazo pela extrema-direita. Pode-se concordar ou não com as propostas do VOX, por exemplo, sobre a emigração, mas não há dúvida de que, com insistência e sem se importar com o que dirão, conseguiu introduzir o debate na agenda política. O problema para o PP é que, ao não definir os marcos do debate nem ter um discurso próprio, acaba por ser arrastado, seja para as posições da VOX, seja para as socialistas, e adotar qualquer uma delas pode ser letal para os seus interesses. O mesmo pode acontecer em muitos outros temas. As estratégias de moderação e de tentar captar votos moderados do rival podem fazer sentido num sistema bipartidário, mas não no atual, com quatro, ou cinco se contarmos com os nacionalistas, espaços mais ou menos definidos. A « leal oposição » tem muitos temas, como o económico, que poderiam servir para articular um discurso próprio, que marque as agendas e entusiasme de alguma forma o seu eleitorado. Um bom opositor não vive apenas de gestão.
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