Carta aberta aos vizinhos de Viana do Bolo

Publicado: 06 dic 2024 - 01:00

No passado mês de outubro celebrou-se o Dia Mundial das Bibliotecas, também em outubro celebrou-se no Gaiás o Festival das Bibliotecas infantis, os dias 24 e seguintes celebrou-se em Madrid (e na Galiza) a Conferencia anual dos Museus literários, o dia 11 foi o dia das livrarias e para o mesmo dia 11 de novembro celebrou-se, a 6ª Jornada das Bibliotecas públicas de Galiza na Cidade da Cultura. Atividades todas que verificam a importância que tenhem na cultura as Bibliotecas, Livrarias e Museus literários. As Bibliotecas são as depositarias e transmissoras de cultura, não só produções literárias, pintura, filosofia, nosso entorno vital e astrónomo senão também todo tipo de conhecimentos, que nos descobrem em cada consulta que faceemos tanto os saberes acumulados como as previsões de futuro. Neste convencimento da importância das Bibliotecas fui educado eu e consequente formei uma Biblioteca dos mais diversos temas, galega, portuguesa e castelhana, também livros em inglês, francês e italiano, dos séculos XIX e XX de perto de 6.000 volumes, além dos específicos de tema profissional, que aqui não interessam.

Nado em Caldesiños e com um fundo e persistente sentimento vianês que manteve em todas as circunstancia (a pesar de que só alí vivì nos períodos letivos até meus seis ou sete primeiros anos), e convencido de que uma biblioteca importante deve ser pública, antes de doar esta minha biblioteca a outros organismos ou bibliotecas públicas interessadas, ofertei-a ao Concelho de Viana do Bolo para dotar a toda a comarca de um elemento cultural importante, que seria a mais importante Biblioteca da comarca, oferta que foi aprovada por unanimidade, proporcionando-me grande alegria de saber que meu esforço de toda a vida serviria ao povo onde eu nasci.

Ninguém me mostrou agradecimento, só os representantes municipais do BNG e do Psoe que propuserem dar meu nome á Biblioteca, proposta rejeitada polo Alcalde

Tenho muitos anos e entreguei já alguns livros, mas agora pretendia entregar aproximadamente a metade da biblioteca e assim o comuniquei ao Sr. Alcalde no mês de janeiro passado, para que organizasse sua recolhida e transporte; e ainda que parecesse inicialmente que todo ia bem, o certo é que nunca se procedeu á retirada a pesar de meus requerimentos e de que, por se não tinha médios próprios, o puxem em contato com uma empresa especializada neste tipo de transporte. Levo perto de dez meses sem resposta a meus c.e. e chamadas e penso que meu comportamento não merece esse proceder. Desconheço a animadversão contra mim, que nem vivo nem voto em Viana, parece ter o Alcalde, com o que só esteve numa oportunidade, ou o pouco interesse que a sociedade de Viana pode ter neste tema. A estas alturas lamentaria ter-me equivocado. Ninguém me mostrou agradecimento, só os representantes municipais do BNG e do Psoe que propuserem dar meu nome á Biblioteca, proposta rejeitada polo Alcalde.

A doação não podo revogá-la, pois fica em escritura notarial e nas atas do Concelho, e como a Alcaldía se resiste a recolher os livros acrescentei minha generosidade com o empaquetado, retirada e traslado até Viana, pola minha conta (e com a colaboração da empresa eólica Adelanta), para entrega de esta partida. Se um dia o Concelho tem vergonha e me quere reintegrar o gasto será o menos que poda fazer.

A outra parte da Biblioteca continuará na minha finca da Casa Grande de Chaodarcas (Pereiro de Aguiar) até que me incapacite ou morra e gostaria que alguma pessoa ou grupo cívico responsável de Viana se comprometesse a que a retirada se faria com normalidade, sem custos nem problemas para minha esposa ou herdeiros, que nada sentimental tenhem com Viana. Desde o dia 21 de novembro esta metade da minha Biblioteca foi depositada na Biblioteca Municipal de Viana e celebrarei que sirva para satisfazer curiosidades, conhecimentos, investigações e descobrir lugares e imagens á geração presente e futuras de Viana, com meu carinho.

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