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Há poucos dias minha colega no estudo de Vigo, Elsa Quintas, conhecedora de meu sentimento para as terras de Viana do Bolo, obsequiou-me com o livro titulado “Mormentelos”, da autoria de Emilio Arauxo. Para situarmos, Mormentelos (seu nome completo, Nosa Sehora da O de Mormentelos) é uma aldeia de pouco mais de 50 habitantes segundo os últimos censos, do Concelho de Vilarinho de Conso, na comarca de Viana; o subtítulo do livro é: “Vai quedar a serra soa”. Não vou fazer uma resenha de este interessante livro, cheio de historias e muito completo reportagem fotográfico sobre “o lugar inteiro e a memoria coletiva da gratitude… dandolle á terra un acento de mundo”; e o tempo “envolto ainda no xesto dos braços que o sustentarom”. É a historia de uma aldeia, inicialmente toda ela arrendadada á casa do cura, e todo seu evoluir nas lembranças de vizinhos desde antes da República, muitos dos comentários no particular galego que se fala naquela zona, que nos contam de trabalhos, do ingenio dos vizinhos para cada oportunidade de defender-se do frio ou da neve, defender-se do lobo, tirar o melhor partido das ovelhas e das lavouras do campo, de saber criar alegrias e ilusão de viver de aquela vida triste e miserável, das relações com os povos vizinhos, com os que compartem reuniões, festas, esmorgas e relações sociais. Dizia Gil Vicente no “Auto das Barcas” “e que faz lá o lavrador para andar cá ao traves?”, porque a vida do lavrador sempre foi ao través, sempre foi esclava e muito mais em Mormentelos, com a crueza do clima.
Ainda que totalmente desvinculado da vida de Viana do Bolo, sempre que me era possivel achegava-me à comarca mentras cantava polo meu caminhar suas belezas; Por tal motivo quando casei faltou-me tempo para levar á minha mulher a um pequeno recorrido por aquela terra
O surpreendente da história e a riquíssima cultura popular que se construí sobre todo o que arrodeia a vida do homem e sobre sua própria imaginação, o folion, o fiadeiro, os lardeiros, os boteiros, o entrudio. E a defensa da capela com seu escudo. Sentimentalmente toda a minha vida eu assumi a existência de uma profunda cultura popular na comarca de Viana; tal vez porque o primeiro livro que lei em galego foi “Contos Vianeses” do amigo familiar Laureano Prieto, da pequena biblioteca de meu pai e que agora fica na que doei aos vizinhos de Viana do Bolo. Ainda que totalmente desvinculado da vida de Viana do Bolo, sempre que me era possivel achegava-me à comarca mentras cantava polo meu caminhar suas belezas; Por tal motivo quando casei faltou-me tempo para levar á minha mulher a um pequeno recorrido por aquela terra. Minha mulher, Maribel Collazo, que procedia de um mundo cultural muito amplo e diverso, alucinou com uma regueifa no interior de um lameiro, tendo como assento as pedras de um valado e uns regueifeiros a tope de imaginação, repentização e versificando o desconhecido; ou uma representação de teatro com vizinhos de outro povo, dentro de uma corte de vacas acondicionada para o espetáculo, ou um foliom de carros…. Cultura popular para o próprio lecer. Por isso pensava que pese a que minha vida transcorreu entre Ourense e Vigo, se nado em Viana queria que minhas cinzas fossem aventadas no rio Bibei a seu passo por Viana; assim o deixei no meu testamento vital, que tal vez tenha que reformar.
Minha surpresa é que sendo a comarca de Viana e suas gentes de grande riqueza natural, encanto cultural e alta dose de tradição, despreciem por completo o legado que lhe fixem da minha Biblioteca pois, ainda que acetado e ratificado pola Corporação municipal, há perto de cinco meses que estou pretendendo que recolham uma parte dela e só receba escusas ou silencio ou datas incumplidas por parte do sr. alcalde.
Não sei qual é a opinião ao respeito dos vizinhos do município, pois careço de relações que me podam informar. Tal vez não tenham interesse em que se lhe achegue uma biblioteca de mais de 5.000 volumes. Ainda que me reconforta ver que as inquietudes culturais dos vianeses seguem vivas, como pude comprovar por noticias neste jornal sobre assistência massiva a uma representação teatral da associação Sofá Malva da Casa Rosa (imaginativo nome) ou a presentação da coleção do desenhador vianês Jorge Álvarez, grande protagonista do vestir ou a cultura do vinho. Terão a mesma inquietude para fazer-se cargo inicialmente da metade da biblioteca que lhes doei? Se não interessa que mo digam.
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